10 Erros em um ponto de venda
Por José Carmo Vieira de Oliveira
18/07/2009
Num ponto de venda é essencial criar
estímulos aos potenciais clientes. Daí,
que a atmosfera geral deva ser
aproveitada como meio de chamar a
atenção. Saiba como evitar alguns dos
erros mais comuns.
1. Descuidar da vitrine
A vitrine deverá ser transformada num
permanente convite. Colocar uma espécie
de cada um dos produtos, num amontoado
confuso, é um erro muito comum. A
vitrine não é um catálogo. Pense como se
fosse um consumidor: uma vitrine clara,
em que se perceba o que é vendido com
duas ou três mensagens claras como os de
promoção, novidade, exclusivo, por
exemplo.
2. Iluminação deficiente
É desagradável entrar numa loja que se
encontra em ambiente de autêntica
penumbra. É, certamente, uma péssima
primeira impressão. Também o será se, ao
entrar, o cliente tiver a sensação que
levou com um flash nos olhos, tal a
intensidade da luz. No equilíbrio está a
virtude, e esse equilíbrio será
diferente em cada caso e para cada tipo
de produtos ou serviços que se pretende
vender.
3. Não cuidar da temperatura
Um ponto de venda deverá sempre procurar
reter durante o máximo de tempo possível
os clientes no seu interior. Se não
investir num sistema de refrigeração
adequado, poderá deparar-se com
situações em que no interior do seu
estabelecimento esteja mais quente do
que no exterior, o que é um convite à
saída...
4. Cores desajustadas
Não chocar, nem ser agressivo ao
escolher as cores base do seu ponto de
venda são decisões extremamente
importantes. As cores fazem parte de
todo o ambiente. E, certamente, você
quer um ambiente agradável e facilitador
dos contatos e das vendas. Cores que
distraem a atenção do cliente é um erro.
Mas também a ausência de cor ou cores
demasiado deslavadas, "anônimas", dá
certo desconforto, por isso precisam ser
evitadas.
5. Não utilizar de simpatia
Evite perguntas como:
- Deseja alguma coisa?
- Posso lhe ser útil?
Pois, se o cliente entrou no seu ponto
de venda, certamente, deseja alguma
coisa, nem que seja uma informação. Não
se irrite com as perguntas tolas,
procure entender que o cliente possa ter
dificuldade em explicar e seja sempre
prestativo, nem que seja para chamar um
táxi ou para indicar uma rua. Lembre-se
que o mais importante é segurar o
consumidor e deixar a sensação de que
valerá a pena retornar àquele
estabelecimento.
6. Layout inadequado
Ao entrar no ponto de venda, o cliente
tem que perceber, automaticamente e com
facilidade, onde é o atendimento e onde
estão expostos os artigos. Evite aquelas
disposições de espaços nas quais não se
sabe bem onde começa o expositor e o
estoque, ou onde apenas a pessoa do
atendimento é capaz de discernir onde
está o produto, levando o cliente a ter
de contatar sempre com ela. Neste caso,
perderá o cliente ocasional, que entra
para dar "uma olhadela". Este sairá de
imediato, pois não percebe nada que lhe
interesse, unicamente devido à
disposição interior do ponto de venda.
7. Dar informações erradas
Se, na vitrine, há uma mensagem de
desconto, cujo prazo já está acabado, o
cliente que se interessou por ela será
perdido. É também um erro grave dar
informações diferentes daquelas que
estão indicadas na etiqueta ou no
folheto técnico. Os clientes, mais cedo
ou mais tarde, tomarão consciência de
que houve engano e o prejudicado será
sempre o ponto de venda. A má e a boa
fama vivem, muito, do "boca-a-boca", e
um erro desses pode atingir gravemente o
seu negócio.
8. Não renovar regularmente a imagem
geral
Uma vez ganho o cliente, a sensação de
que a loja está sempre na mesma - no
sentido da decoração, vitrine e produtos
expostos -, certamente, não ajuda a
atraí-lo e fazê-lo voltar, pois este já
sabe que não encontrará nada de novo.
Uma "remodelada", de vez em quando, pode
estimular a atração de novos clientes e
levar os consumidores habituais a
interessarem-se pelas novidades.
9. Não cuidar dos estoques
Se alguns produtos não têm a saída
esperada, não os deixe ir amontoando
indefinidamente. Isso, certamente, dará
um ar de imobilismo, que deve ser
evitado, além de poder trazer problemas
de espaço e de arrumação. Vale tentar
"desová-los" com descontos ou saldos.
Pelo menos, sempre salva alguma coisa e
o prejuízo será menor, podendo, além
disso, ganhar clientes para melhores
ocasiões.
10. Descuidar da formação do pessoal
Dá péssima impressão um vendedor apenas
saber o preço do produto que o cliente
deseja e desconhecer as suas
características e seus principais
benefícios. A formação do pessoal é uma
necessidade óbvia, em termos de
qualidade de atendimento, capacidade de
informação e técnicas de vendas, fatores
que poderão proporcionar melhores
resultados.
"Muitas vezes não se vende. O cliente é
que compra". Esse talvez seja, ainda
hoje, um dos um dos principais erros nos
pontos de venda. É um erro também muito
comum não olhar as práticas e
estratégias da concorrência, retirando
dali os ensinamentos positivos que se
poderão aplicar no nosso ponto de venda.
A diferenciação, a atenção ao cliente,
toda a questão do espaço de venda são
também fatores que não podem ser
descuidados.
Aquilo que chamamos merchandising - que
abarca conceitos e práticas que vão
desde o vitrinismo ao layout dos espaços
interiores, às cores, entre outros -,
são aspectos ainda muito descuidados no
comércio atual.
O atendimento é ainda o fator que faz a
grande diferença. "O prazer em receber,
a atenção ao cliente e a simpatia são os
elementos que nos cativam como
consumidores, mas que tantas vezes estão
ausentes de grande parte dos pontos de
venda". Daí que a grande aposta deverá
ser o reforço nestes componentes,
principalmente através da formação do
pessoal.
Nota-se já, sobretudo entre os mais
novos, uma nova imagem do comércio,
fruto da aposta no profissionalismo e na
adoção de tecnologias que potencializam
os resultados positivos, e que têm
estado ausentes do comércio em geral,
basicamente dos pequenos pontos de
venda.
José Carmo Vieira de Oliveira é
Consultor do Sebrae-SP
Fonte: Site SEBRAE-SP