Abri minha empresa. E agora?
Por Roberto Bellucci
18/07/2009
Não se preparou antes de abrir a
empresa? Comece a pensar nos fatores
importantes para viabilizá-la.
É bem provável que paire esta dúvida na
cabeça de muitas pessoas que acabaram de
formalizar suas empresas.
Receberam o CNPJ, documento que os
habilita a serem "empresários".
Mas, afinal, como se forma um
empresário? Quanto tempo leva? O que é
preciso para ser um empresário? Ou não
precisa de nada?
Vamos fazer uma analogia com os
profissionais liberais:
Um médico para começar a realizar
cirurgias, leva mais de oito anos. Com
responsabilidade e autoridade.
Um advogado para enfrentar um júri, um
juiz, defender ou representar alguém,
tem que cursar cinco anos de graduação
na faculdade e ainda passar no exame da
OAB, condição que tem sido cada vez mais
difícil nos últimos tempos.
Para que um engenheiro faça um projeto
de uma casa, tem que utilizar de muito
conhecimento e experiência. Além das
especializações necessárias, pois é
preciso se atualizar sempre.
Isso serve para jornalistas, dentistas,
arquitetos, professores, contadores e
todos os profissionais que escolheram
atuar com aquela atividade. Uma pessoa
se intitula "empresário" a partir do
momento em que começa a agir, informal
ou formalmente.
Acha que não requer nem prática e, muito
menos, habilidade. Simplesmente se
convence que pode abrir sua empresa e
vender seus produtos ou serviços e,
melhor ainda, que as pessoas vão
comprar. A dura realidade é a indicada
pelas pesquisas do SEBRAE, que apontam
uma mortalidade de empresas no Brasil
logo no primeiro ano de vida, em torno
de 22%. E há aquelas que seguem
insistindo no mesmo modelo e logo
descobrem que não conseguirão ir mais
longe.
As causas mais importantes do fracasso
são, invariavelmente, falta de
habilidade e conhecimento como
empreendedor, falta de um planejamento
adequado e deficiência na gestão do
negócio. Aí surge a questão: abri minha
empresa! E agora? Qual a resposta? Ou
quais são elas?
Com certeza, uma delas é: agora você tem
que sobreviver. Outra, deverá ser: agora
a sua empresa tem que dar lucro. Ainda
outra: agora sua empresa tem que vender.
Muitas são as respostas para essa
angústia, principalmente porque se você
não se preparou adequadamente para
entrar no mercado, onde existem
concorrentes competentes, que se
preparam bem, terá que buscar respostas
durante o desenvolvimento da empresa,
ou, como diz o ditado: "consertar a roda
com o carro em movimento".
Se esta pergunta faz parte do seu
cotidiano, aja imediatamente, procurando
as informações necessárias para as
soluções dos problemas. Ações de curto
prazo serão imprescindíveis, como:
- reavaliar o mercado - clientes,
concorrentes e fornecedores;
- ajustar (ou implantar, se não tiver)
os controles - estoque, venda, contas a
pagar/receber, clientes, custos, preço
de venda e fluxo de caixa;
- alinhar os perfis e as funções dos
funcionários;
- verificar se os produtos ou serviços
atendem às necessidades do mercado.
Estas providências poderão dar um
fôlego, mas não bastam. É necessário
organizar a empresa, disciplinar os
processos e os recursos e desenvolver
uma proposta de ações de médio e longo
prazo (pode chamar isto de planejamento
estratégico). Um plano de negócios pode
ser uma boa ferramenta para definir,
acompanhar, avaliar e corrigir essas
atividades. Há vários modelos e um deles
deverá ser mais apropriado e preciso
para a sua empresa.
Afinal, quem tem conhecimento vai pra
frente, não é?
Roberto Bellucci é Consultor do
Sebrae-SP
Fonte: Site SEBRAE-SP