Administração Temerária
Por Ivan Postigo
27/10/2009

Quem de nós não esteve um dia diante de uma pessoa que detinha o poder? De uma forma ou de outra sempre estamos diante que alguém que detém o poder.
Nossos pais, nossos professores , um chefe, um juiz, um policial, enfim há uma série de situações , onde, baseado na atividade e responsabilidade, alguém detém autoridade e poder.
Quem estudou história deve se lembrar da teoria do absolutismo.
Absolutismo é uma teoria política que defende que uma pessoa , normalmente um monarca , deve deter todo o poder .Uma teoria baseada no direito divino dos reis,do poder emanado de Deus.
Esse sistema de governo típico dos séculos XVI a XVIII deixa um rastro em algumas de nossas empresas.
Não é incomum encontrarmos e também presenciarmos situações onde chefes , proprietários de empresas a despeito do prejuízo que determinadas orientações possam causar exigem o cumprimento da ordem emanada .
As frases são as mais corriqueiras como : Eu sou o chefe, estou mandando, ou quem manda aqui sou eu, ou ainda manda quem pode , obedece quem tem juízo.
Essas situações expressam na verdade “Eu sou o estado “ e “O Estado sou eu “.
Normalmente essas empresas detém alto turno-over , expressão muito usada para demonstrar o alto giro da contratação e demissão dos funcionários.
Podemos afirmar que em função da instabilidade funcional as empresas com esse estilo de administração estão fadadas ao fracasso?
Não necessariamente . Há pessoas que administram com forte comando , alto nível de intransigência , mas também com bom nível de assertividade, contudo essa não é a regra no mercado.
As pessoas de modo geral buscam no seu trabalho uma forma de realização , mesmo que temporária.Quando encontram ambiente propício para opinar , para desenvolver suas aptidões dedicam-se e oferecem um resultado de melhor qualidade, quando não encontram a omissão se faz presente.
A omissão é uma das formas mais nefastas e que mais prejuízos traz às empresas , uma vez que perpetua o desperdício.
A gestão de uma empresa com alto grau de desperdício pode colocá-la rapidamente em situação falimentar.
Nos dias de hoje a alta competitividade rapidamente retira do mercado as empresas que não atendem os seus requisitos , razão pela qual vemos empresas nascerem e desaparecerem e outras centenárias irem a bancarrota.
O poder usado de forma desmedida e irresponsável pode levar gestores a praticarem atos que causarão grandes danos aos resultados da empresa , impedindo sua continuidade, como investimentos sem a devida cautela, descontinuidade de produtos lucrativos e lançamento de produtos sem aceitação , parcerias danosas, troca de matérias-primas gerando prejuízos , mudanças mal feitas em produtos estratégicos , etc.
Não é incomum também encontrarmos gestores que foram exaustivamente alertados dos riscos , mas detentores do poder negligenciaram as informações que receberam.
Correr riscos faz parte dos negócios , dentro de limites que não causem danos definitivos a organização , caso contrário o ato se torna temerário.
Em situações de gestão temerária é muito comum se observar a desatenção ou negligencia à indicação de riscos, por uma pessoa mas também por grupos.
Tenho visto ao longo da carreira de consultor que profissionais experientes carregam consigo conhecimentos inestimáveis , mas muitos carregam também muita teimosia, acreditando que o sucesso se repetirá sempre com as mesmas atitudes e não se dão conta da mudança dos ventos , praticando com o poder que detém muitas vezes gestões bastante danosas a sua organização .

Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP. Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas e diretor da Postigo Consultoria de Gestão Empresarial - Fones (11) 4526 1197 / ( 11 ) 9645 4652
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