A administração da pequena empresa
brasileira
Por Jorge Luiz da Rocha Pereira
18/07/2009
O nascimento de uma empresa está
diretamente ligado a duas grandes e
vitais necessidades humanas:
- de sobrevivência;
- de provar que é capaz para si próprio
e para a sociedade.
Quando uma pessoa se volta para a
obrigação de sobreviver, e decide
iniciar um negócio, sua criatividade,
forças mental e física crescem bastante
em relação às dificuldades apresentadas.
Enfrenta sem medo as mais adversas
condições de mercado. Deixa de lado os
controles e acompanhamentos
administrativos e financeiros do
empreendimento e direciona a atenção
exclusivamente para a comercialização e
obtenção rápida de dinheiro.
Após algum tempo nessa luta para se
manter vivo no mercado, começam a surgir
outros degraus a serem vencidos na
administração do negócio. Como exemplo,
a aparência física do empreendimento, no
sentido de proporcionar aos clientes um
local mais confortável e agradável às
compras, demonstrando que sua empresa
"veio para ficar" e, se possível,
incomodar por muito tempo todos os seus
concorrentes. Os controles financeiros,
principalmente os pagamentos e
recebimentos, também se tornam
fundamentais para o desenvolvimento da
mesma.
Assim começa uma empresa. De uma
atividade para conseguir o pão de cada
dia, passando por batalhas diárias para
manter a bandeira do empreendimento de
pé, nas quais derrotas e conquistas
fazem parte do crescimento empresarial.
Até o momento de o empreendedor
conseguir proporcionar a oportunidade de
sobrevivência para outras pessoas, seus
funcionários e colaboradores,
comprometidos com a idéia de crescer e
contribuir para a permanência do
negócio.
No Brasil, o crescimento e a permanência
de muitos empreendimentos no mercado
estão baseados em um início penoso das
atividades empresariais, pois com
escassos, ou mesmo nenhum recurso
financeiro, os negócios são puxados pela
força determinada do empreendedor em
vencer e conquistar o seu espaço no
universo empresarial. A situação de
dificuldade financeira pode perdurar por
muito tempo, dependendo da iniciativa do
empreendedor:
- Empreendedor estagnado: permanece
acomodado na espera do sucesso que
demora em chegar; acredita no sucesso
alcançado no passado que aparentemente é
duradouro, mas que na verdade sempre
será passageiro.
- Empreendedor em constante evolução:
busca a todo instante o diferencial
competitivo para o seu negócio,
oferecendo produtos e serviços que
atendam às expectativas de consumo do
mercado.
Administrar o empreendimento, quando
ainda era um "quebra galho" para somar
no orçamento familiar, parecia ser uma
tarefa fácil. Mas, no momento da saída
da casca de camuflagem da informalidade,
em que o encerramento poderia ser
realizado a qualquer momento, sem
grandes perdas financeiras ou morais,
todas as relações comerciais são
transformadas em um modelo mais
complexo, difícil de ser controlado e,
principalmente, compreendido. Neste
momento, duas perguntas assustam o
empreendedor:
- Eu me identifico plenamente com o
negócio? Gosto do que faço?
- Será que sou capaz, realmente, de ser
o proprietário de uma empresa?
Na realidade ele já é um empresário,
apenas terá que encontrar prazer e
energia no seu trabalho para formalizar
essa atividade. Este importante momento
de decisão é recheado por outros
questionamentos importantes:
- Eu conheço totalmente aquilo que faço?
- Será que, após a empresa estabelecida,
os concorrentes vão continuar a tolerar
a existência dela?
- Como posso melhorar o relacionamento
com os fornecedores?
- Como será o relacionamento da pessoa
jurídica com o banco?
- Estou disposto a entrar no caminho dos
sacrifícios novamente?
- Tenho algum recurso financeiro para
desenvolver ainda mais o negócio?
- Os clientes estão realmente
satisfeitos com os meus produtos e
serviços?
- O faturamento compensa o investimento
de se abrir uma empresa?
- Vou precisar de funcionários? Como
poderei legalizar a situação deles?
O mais importante é acreditar sempre no
seu negócio, no qual controles,
administrativos e financeiros realizados
diariamente, atuam como base para o
sucesso do empreendimento, oferecendo
subsídios à gestão da empresa.
Jorge Luiz da Rocha Pereira é Consultor
do Sebrae-SP
Fonte: Site SEBRAE-SP