Agregar Valor. Mas como?
Por Gustavo Carrer I. Azevedo
18/07/2009
Quantas vezes já ouvimos falar que a
solução dos problemas ou o caminho para
o sucesso das pequenas empresas,
independente do setor de atividade, é
agregar valor aos produtos e serviços
oferecidos ao cliente. O que poucos
dizem é que, para agregar valor, são
necessários investimentos e uma boa dose
de inovação. O mesmo que colocar as
idéias em prática, com objetivos claros
e fáceis de mensurar.
Agregar valor não é fazer o que todos já
fazem e cobrar um pouco menos. Também
não é melhorar algo que já é percebido
como bom ou ótimo pelo cliente. Muito
menos divulgar melhor a empresa. Agregar
valor é dar um salto de qualidade em uma
ou mais características, do produto ou
serviço, que de fato são relevantes para
a escolha do consumidor.
A empresa que pretende diferenciar-se
agregando valor precisa, antes de tudo,
conhecer o que seus clientes necessitam
e mais do que isso, quais são os
atributos dos produtos e serviços que de
fato são determinantes no processo de
compra. Para isso é fundamental conhecer
profundamente o cliente, suas vontades,
seus hábitos e seus valores. Podem-se
partir das necessidades básicas e
bastante conhecidas, como rapidez e
conveniência, porém dificilmente uma
empresa consegue agregar valor sem
interagir continuamente com os seus
clientes, identificando suas verdadeiras
carências e anseios. Somente as
empresas, que sabem o que cliente quer e
valoriza conseguem direcionar seus
esforços e otimizar seus gastos na
melhoria da qualidade.
Mas, não basta conhecer as novas
demandas da clientela, se a empresa não
possuir o conhecimento ou a tecnologia
adequada para inovar. A inovação pode
derivar tanto de uma tecnologia inédita
como de uma nova forma de organizar e
gerir a empresa. O importante é que a
inovação seja percebida pelo cliente. Os
restaurantes por quilo é um exemplo.
Quando sugiram os primeiros, a inovação
não estava na refeição ou no modo de
produzi-la, mas na maneira como o
cliente selecionava o que desejava comer
e na forma de pagamento mais justa,
proporcional ao volume colocado no
prato. Além desses atrativos os
restaurantes por quilo também
proporcionam um valor básico que é a
rapidez.
A empresa deve buscar ganhos de
qualidade que os clientes entendam
facilmente, que aconteçam de imediato ou
num futuro muito próximo, que possam ser
divulgados com rapidez e clareza, sem a
necessidade de explicações ou cálculos
complexos. Inovar não é tornar o produto
ligeiramente melhor ou um pouco mais
barato, pois isso dificilmente será
percebido pela grande maioria dos
consumidores.
Agregar valor, portanto, depende tanto
de investimentos em pesquisas para
detectar as necessidades dos clientes,
como no desenvolvimento de tecnologias e
formas de administrar mais eficazes. Em
outras palavras para agregar valor
precisamos ter um olho no cliente e
outro na inovação.
Gustavo Carrer I. Azevedo é Consultor do
Sebrae-SP
Fonte: Site SEBRAE-SP