Ao Infinito e Além
Por Luiz Renato Roble
31/01/2010

Assim como a letra manuscrita de uma pessoa é vista como um reflexo de sua personalidade, havendo inclusive, estudos que traçam o perfil completo de uma pessoa apenas pela análise da assinatura dela, a marca de uma empresa é a definição resumida da apresentação visual dela e deve ser entendida como a sua assinatura empresarial. A preocupação estética, ou seja, o cuidado que uma determinada empresa tem com a sua apresentação visual, é traduzida como uma extensão da qualidade dos produtos e dos serviços oferecidos por aquela empresa.
Se revirarmos nosso baú, encontraremos cartas, bilhetes, redações e documentos antigos que provavelmente apresentam assinaturas diferentes para determinadas épocas de nossas vidas. A assinatura que desenhávamos no primário, não é a mesma que esnobávamos no ginásio, que por sua vez, difere da que tínhamos no segundo grau e que com certeza, não é a mesma que utilizamos hoje. Isto é normal, quer dizer que passamos por várias fases, vencemos algumas etapas e evoluímos. Com uma empresa, é a mesma coisa. Se analisarmos a trajetória de uma empresa, notaremos que ela foi criada e, de uma forma ou outra, cresceu e evoluiu. Esta evolução pode ser observada não apenas pelo seus números de vendas, de empregados, de área construída, mas principalmente, e é aí que eu quero chegar, pela evolução de sua marca, de suas embalagens, pelo design de seus produtos e por toda a sua preocupação estética.
Como designer, participo constantemente do amadurecimento e do crescimento de várias empresas e vejo que a evolução de uma empresa, apesar de ser uma trajetória natural, é conflitante, podendo ser comparada à passagem da infância para a adolescência e desta para a idade adulta, ou seja, pode ser bastante dolorida em certos momentos.
O que normalmente se vê é empresários que não querem crescer, temendo eminentes crises ou até seqüestro, pessoal interno que, por ter apego sentimental à marca antiga, não aceita mudanças e empresas que rejeitam melhorias, com receio de não serem compreendidas
pelo seu público.
O engraçado é que se trata de uma viagem ao infinito, que não tem mais volta. Apesar de ser sofrido crescer, ninguém deseja, realmente voltar a ser criança. Quando uma empresa conquista uma nova etapa em sua evolução, seja através de uma nova logomarca, de uma nova embalagem, ou de um reestudo em sua identidade visual, a primeira reação é estranhar a mudança, a segunda é se acostumar com ela e a terceira é sentir que é impossível voltar atrás.
Por isto, não tenha medo do novo, do criativo, do diferente. Você já imaginou o Bradesco por exemplo, abandonar sua logomarca atual e voltar a utilizar o seu logotipo antigo, aquele que hoje ninguém se lembra mais como era?

Luiz Renato Roble criacao@datamaker.com.br
Designer e Diretor de Criação da Datamaker Designers www.datamaker.com.br

Fonte: Datamaker