Aumentar a produtividade, diminuir
custos, mantendo a qualidade sem alterar
os preços. Isso é possível?
Por Júlio Tadeu Alencar
20/07/2009
O futuro de uma empresa depende de sua
capacidade de atender requisitos de
qualidade como produto/serviço, preço,
prazo de entrega, que satisfaçam as
demandas e expectativas de seus
clientes.
Estando com o problema requisito da
qualidade resolvido, temos agora um
outro grande problema: a competitividade
entre empresas concorrentes, fator que
pode definir o sucesso ou o fracasso de
nossa empresa. Em meu entender, podemos
avaliar o grau de competitividade de uma
empresa, perante suas concorrentes,
levando em conta os seguintes fatores:
- Inovação e Flexibilidade: como os
produtos tendem a tornarem-se cada vez
mais próximos, em termos de
especificações e vantagens para o
cliente, a capacidade de criar novas
necessidades de mercado e de fornecer
uma maior variedade de produtos aos
clientes, antes da concorrência, é um
grande diferencial.
- Produtividade: não podemos confundir
produtividade com corte de despesas e de
pessoas. Especialmente o corte de
pessoas, caso aconteça, resulta em
aumento de trabalho para quem fica,
prejudicando, com certeza, a qualidade
do produto ou serviço prestado pela
empresa. Devemos encarar produtividade
pelo seu conceito mais amplo, ou seja,
procedimentos que garantam os resultados
esperados pelos seus clientes. Uma boa
dica é estabelecer metas internas,
controlar e quantificar os resultados
que estejam associados às melhorias das
operações (controles de documentos,
absenteísmo, atrasos de produção e
entrega, desperdícios, redução da
ociosidade, paradas de máquinas,
etc....). Outra maneira é desenvolver um
ambiente de trabalho harmônico,
investindo na formação básica, e na
qualificação profissional de seus
funcionários, treinando-os para fazer
certo sempre. Também não podemos
esquecer de manter os equipamentos em
perfeitas condições de uso, diminuir o
tempo de preparação das atividades, as
distâncias entre equipamentos e
recursos, melhorar processos - se
possível, automatizando as tarefas
cansativas e promovendo a rotatividade
no trabalho.
- Pontualidade e confiança na entrega de
produtos e serviços: desde o atendimento
de um pedido do cliente, até o exato
momento da entrega do produto/serviço,
precisamos registrar e documentar todos
os procedimentos para ajudar-nos a
controlar e padronizar nossos processos.
Desta forma, estaremos aptos a manter a
confiança de nossos clientes.
- Qualidade dos Colaboradores: não se
pode imaginar uma empresa que atenda aos
requisitos de qualidade, sem que seus
produtos e serviços sejam produzidos e
entregues por pessoas treinadas e
motivadas para tal. O desempenho, e os
esforços dos colaboradores, determinam à
percepção que o cliente tem sobre a
qualidade do produto/serviço. Empresas
com colaboradores de altos níveis de
qualidade, produzem produtos e serviços
de qualidade superior, resultando em
clientes satisfeitos. Estes se traduzem
em melhores resultados financeiros, na
perpetuação da marca e da imagem da
empresa. Acredito, que um dos principais
motivos do baixo desempenho dos
empregados de uma empresa, seja o fato
de não se sentirem motivados a fazer
todo o esforço de que são capazes. Como
esses colaboradores são o recurso mais
valioso que a empresa possui, torna-se
imperativo motivá-los a darem o melhor
de si. Cabe à gerência, convencê-los de
que não é apenas a empresa que se
beneficiará se eles fizerem um bom
trabalho, mas que os benefícios advindos
deste serão ainda maiores para cada um.
- Custo do Produto: um dos fatores que
influenciam a competitividade é o custo
do produto. No atual contexto de
competitividade, a racionalização e
otimização, de todas as atividades que
não agregam valor aos produtos, são cada
vez mais intensas em nossas empresas.
Eliminá-las significa minimizar os
custos e, conseqüentemente, aumentar a
produtividade, tornando a empresa mais
competitiva.
O que encontramos, entretanto, são
muitas empresas que atacam os custos de
maneira isolada, na qual os ganhos de
produtividade aparecem somente em
algumas áreas, independente dos ganhos
globais da empresa. Tomamos como
exemplo, uma empresa que escolheu
oferecer um produto padronizado a um
custo muito baixo, menor que a
concorrência, ao invés de diferenciá-lo,
agregando valores que justifiquem os
custos extras para sua produção.
Nota-se, que o ideal seria unir estes
dois fatores de competitividade,
oferecendo produtos baratos e
diferenciados.
Em épocas de grande procura por bens e
serviços, torna-se importante a
velocidade com que cada empresário toma
suas decisões. Basta ver que a
oportunidade de um bom negócio pode
passar de suas mãos, para a de seus
concorrentes muito mais rápido do que se
pode imaginar.
Estar atento a tudo, a todo o momento, e
contar com uma equipe de bons
colaboradores, todos voltados a uma
cultura de qualidade para com o cliente,
são fatores que determinam sua
sobrevivência e a perenidade de seu
negócio. Pense bem, antigamente era a
vez dos grandes e lentos, hoje é a vez
dos pequenos e rápidos.
Júlio Tadeu Alencar é Consultor do
Sebrae-SP
Fonte: Site SEBRAE-SP