Crescimento da empresa e maturidade administrativa
Por Ivan Postigo
07/10/2009
Esta semana um amigo me procurou bastante preocupado, pois havia assumido a gerencia comercial de uma empresa e a pessoa responsável pela administração financeira havia sido demitida por não estar sendo capaz de coordenar as atividades e, pior, ter perdido o controle de contas a receber, não enviando sequer as duplicatas aos bancos para cobrança.
Com isso a empresa tem que tomar dinheiro emprestado para fazer frente aos compromissos, tendo gastos financeiros desnecessários .
Fora, claro , o constrangimento de contatar os clientes para verificar se pagaram e solicitar os comprovantes para que as baixas possam ser efetuadas com segurança nos controles.
Uma situação delicada , mas isso pode ser visto todos os dias em empresas que estão crescendo e em empresas que por alguma razão se desorganizaram.
Enquanto pequena a empresa permite que profissionais não tão qualificados atendam os requisitos operacionais, a ajuda está sempre próxima , contudo quando cresce ou o processo se complica falta a esses profissionais discernimento e muitas vezes atitude.
Uma tarefa simples para uma pessoa com boa formação e treinada , se torna uma montanha de dificuldades para pessoas sem qualificação . Este é um dos grandes exemplos da famosa frase : O barato sai caro.
Quantas vezes não fui procurado por amigos e ex-funcionários que receberam atribuições para as quais não estavam preparadas , em busca de socorro!
São poucas as empresas onde desenvolvi trabalhos que não tive que orientar os gestores financeiros no processo de preparação de um fluxo de caixa para trinta dias , de forma a se tomar decisões planejadas sobre o destino dos recursos ou a tomada de empréstimos .
Não são poucas as empresas que no turbulento processo de sobrevivência trocam seus gestores a cada seis meses.Muitas trocas realmente precisavam acontecer , pois sofria a empresa com a desqualificação do profissional para aquele trabalho e sofria o contratado por não conseguir gerar os resultados esperados.
Onde está o erro do processo ?
Simplesmente na contratação do profissional, pois na busca do maior conforto a posição foi preenchida sem uma análise mais criteriosa e muitas vezes, muitas sim , não poucas, a posição foi preenchida por um amigo do Rei ou um indicado do amigo do Rei. Isso poucas vezes dá certo.
Quando a posição é política , não exigindo um envolvimento operacional , quando a linha logo abaixo conta com pessoas competentes e comprometidas , pode ser viável, contudo as chances de dar certo e gerar resultados numa gestão envolvendo produção , finanças é bem pequena.
À medida que a empresa cresce e os aspectos administrativos se complicam é fundamental adicionar competência , entendendo que a responsabilidade por resultados não é só do contratado , mas principalmente de quem contratou .
Os gestores precisam estar sintonizados com tudo o que acontece na empresa , conviver com atitudes amadorísticas onde por vários meses os índices de rejeição dos produtos persistem e não se buscam competências externas , ou há descontrole financeiro , sem perceber que os clientes estão deixando de pagar é pura falta de maturidade.
Nesses casos o sinal vermelho já acendeu há muito tempo , faltam envolvimento e atitude dos gestores para solucionar o problema .
Num almoço com gerentes do mercado financeiro um caso como esse foi colocado na mesa por um representante da empresa concorrente , onde ele menciona a troca do profissional .
A questão foi resumida da seguinte forma : O gerente que saiu tinha pouco preparo, o que está chegando é um pouco melhor, mas também não vai resolver uma vez que a empresa tem um processo bastante complexo .Passados quatro meses fiquei sabendo da nova troca de gerência .
Como houve concordância de vários profissionais nota-se que o mercado já fazia a leitura das dificuldades da empresa e da qualificação do profissional que fora escolhido , boa formação mas pouca experiência em tratar com assuntos mais complexos .
O mercado fica apreensivo em financiar a empresa e nota que falta maturidade administrativa na condução dos negócios , pois a questão está sendo tratado por tentativa e erro.
Pense no assunto ..........
Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP. Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas e diretor da Postigo Consultoria de Gestão Empresarial - Fones (11) 4526 1197 / ( 11 ) 9645 4652
www.postigoconsultoria.com.br - ipostigo@terra.com.br
Por Ivan Postigo
07/10/2009
Esta semana um amigo me procurou bastante preocupado, pois havia assumido a gerencia comercial de uma empresa e a pessoa responsável pela administração financeira havia sido demitida por não estar sendo capaz de coordenar as atividades e, pior, ter perdido o controle de contas a receber, não enviando sequer as duplicatas aos bancos para cobrança.
Com isso a empresa tem que tomar dinheiro emprestado para fazer frente aos compromissos, tendo gastos financeiros desnecessários .
Fora, claro , o constrangimento de contatar os clientes para verificar se pagaram e solicitar os comprovantes para que as baixas possam ser efetuadas com segurança nos controles.
Uma situação delicada , mas isso pode ser visto todos os dias em empresas que estão crescendo e em empresas que por alguma razão se desorganizaram.
Enquanto pequena a empresa permite que profissionais não tão qualificados atendam os requisitos operacionais, a ajuda está sempre próxima , contudo quando cresce ou o processo se complica falta a esses profissionais discernimento e muitas vezes atitude.
Uma tarefa simples para uma pessoa com boa formação e treinada , se torna uma montanha de dificuldades para pessoas sem qualificação . Este é um dos grandes exemplos da famosa frase : O barato sai caro.
Quantas vezes não fui procurado por amigos e ex-funcionários que receberam atribuições para as quais não estavam preparadas , em busca de socorro!
São poucas as empresas onde desenvolvi trabalhos que não tive que orientar os gestores financeiros no processo de preparação de um fluxo de caixa para trinta dias , de forma a se tomar decisões planejadas sobre o destino dos recursos ou a tomada de empréstimos .
Não são poucas as empresas que no turbulento processo de sobrevivência trocam seus gestores a cada seis meses.Muitas trocas realmente precisavam acontecer , pois sofria a empresa com a desqualificação do profissional para aquele trabalho e sofria o contratado por não conseguir gerar os resultados esperados.
Onde está o erro do processo ?
Simplesmente na contratação do profissional, pois na busca do maior conforto a posição foi preenchida sem uma análise mais criteriosa e muitas vezes, muitas sim , não poucas, a posição foi preenchida por um amigo do Rei ou um indicado do amigo do Rei. Isso poucas vezes dá certo.
Quando a posição é política , não exigindo um envolvimento operacional , quando a linha logo abaixo conta com pessoas competentes e comprometidas , pode ser viável, contudo as chances de dar certo e gerar resultados numa gestão envolvendo produção , finanças é bem pequena.
À medida que a empresa cresce e os aspectos administrativos se complicam é fundamental adicionar competência , entendendo que a responsabilidade por resultados não é só do contratado , mas principalmente de quem contratou .
Os gestores precisam estar sintonizados com tudo o que acontece na empresa , conviver com atitudes amadorísticas onde por vários meses os índices de rejeição dos produtos persistem e não se buscam competências externas , ou há descontrole financeiro , sem perceber que os clientes estão deixando de pagar é pura falta de maturidade.
Nesses casos o sinal vermelho já acendeu há muito tempo , faltam envolvimento e atitude dos gestores para solucionar o problema .
Num almoço com gerentes do mercado financeiro um caso como esse foi colocado na mesa por um representante da empresa concorrente , onde ele menciona a troca do profissional .
A questão foi resumida da seguinte forma : O gerente que saiu tinha pouco preparo, o que está chegando é um pouco melhor, mas também não vai resolver uma vez que a empresa tem um processo bastante complexo .Passados quatro meses fiquei sabendo da nova troca de gerência .
Como houve concordância de vários profissionais nota-se que o mercado já fazia a leitura das dificuldades da empresa e da qualificação do profissional que fora escolhido , boa formação mas pouca experiência em tratar com assuntos mais complexos .
O mercado fica apreensivo em financiar a empresa e nota que falta maturidade administrativa na condução dos negócios , pois a questão está sendo tratado por tentativa e erro.
Pense no assunto ..........
Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP. Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas e diretor da Postigo Consultoria de Gestão Empresarial - Fones (11) 4526 1197 / ( 11 ) 9645 4652
www.postigoconsultoria.com.br - ipostigo@terra.com.br