Desenvolvimento e Administração de Comunicações Integradas de
Marketing - O Mix de Comunicação de Marketing
Por Lidiane Carminatti Ucella
11/12/2009
O mix de comunicação de marketing total de uma empresa, também
denominado mix de promoção, consiste em uma composição de
instrumentos de comunicação como propaganda, venda pessoal,
promoções de venda, relações públicas e marketing direto que ela
utiliza com o propósito de atingir seus objetivos de marketing. As
definições das cinco mais importantes ferramentas de promoção são as
seguintes:
Propaganda: qualquer forma paga de apresentação e promoção não
pessoal de idéias, bens ou serviços por um patrocinador
identificado.
Venda pessoal: apresentação pessoal feita pela força de vendas da
empresa com o propósito de efetuar vendas e de desenvolver
relacionamentos com os clientes.
Promoção de vendas: incentivos de curto prazo para estimular a
compra ou a venda de um produto ou serviço.
Relações públicas: desenvolvimento de boas relações com os
diversos públicos da empresa pela obtenção de publicidade favorável,
construção de uma boa imagem corporativa e administração ou
impedimento da disseminação de boatos, histórias ou eventos
desfavoráveis para á empresa.
Marketing direto: contatos diretos com consumidores individuais
cuidadosamente definidos como alvo com o objetivo de obter resposta
imediata e cultivar relacionamentos duradouros, fazendo uso do
telefone, do correio, do fax, do e-mail, da Internet e de outras
ferramentas para se comunicar diretamente com consumidores
específicos.
Cada categoria utiliza ferramentas específicas. Por exemplo: a
propaganda inclui anúncios impressos. Entre as vendas pessoais estão
apresentações de vendas, feiras comerciais e programas de incentivo.
Ao mesmo tempo, a comunicação vai além dessas ferramentas de
promoção específicas. O design do produto, seu preço, o formato e a
cor de sua embalagem, as lojas o vendem, tudo comunica algo aos
compradores.
COMUNICAÇÃO INTEGRADA
Dois fatores principais estão mudando a face das comunicações de
marketing hoje. Primeiramente, à medida que os mercados de massa se
fragmentam, os executivos de marketing afastam-se do marketing de
massa. Cada vez mais estão desenvolvendo programas de marketing
focados, elaborados para construir relacionamentos mais próximos co
clientes em micro mercados definidos mais estritamente. Segundo, o
enorme aperfeiçoamento da tecnologia de informação está acelerando o
movimento em direção ao marketing segmentado. A tecnologia de
informação existente hoje ajuda os profissionais de marketing a
monitorar de perto as necessidades dos clientes, há mais informações
disponíveis sobre os novos caminhos para que a comunicação possa
alcançar segmentos menores de clientes com mensagens mais
personalizadas.
A passagem do marketing de massa para o marketing segmentado causou
um dramático impacto sobre as comunicações de marketing. Assim o
marketing de massa deu origem a uma nova geração de mídia de massa,
o movimento em direção ao marketing pessoal está fazendo nascer uma
nova geração de esforços de comunicação mais especializados, com
alvos muito bem definidos.
Dado esse novo ambiente de comunicações, os profissionais de
marketing precisam reconsiderar os papéis das várias mídias e
ferramentas do mix de promoção. A propaganda de mídia de massa há
muito tem dominado o conjunto dos instrumentos de promoção das
empresas fabricantes de produtos de consumo. Entretanto, embora a
televisão, revistas, e outras mídias de massa continuem muito
importantes, hoje seu domínio está declinado. A fragmentação do
mercado resultou na fragmentação da mídia, uma explosão de mídias
mais focadas que se ajustam melhor ás estratégias de definição dos
novos alvos de mercados existentes atualmente.
Em termos mais gerais, a propaganda parece estar cedendo lugar a
outros elementos do mix de promoção. Nos dias de glória do marketing
de massa, as empresas fabricantes de bens de consumo gastavam a
parte do leão de seus orçamentos de promoção com propaganda
veiculada em mídia de massa. Hoje campanhas publicitárias veiculadas
pela mídia apropriam-se somente de cerca de 26% do total de gastos
com comunicação de marketing. O restante vai para diversas
atividades de promoção de vendas que podem ser focadas com mais
eficácia no consumidor individual e nos segmentos comerciais. Elas
também estão usando uma variedade mais rica de ferramentas de
comunicação focada, na tentativa de alcançar seus diversos
mercados-alvo. Em resumo, as empresas estão fazendo menos
comunicação de massa e mais comunicação focada.
A NECESSIDADE DE COMUNICAÇÕES INTEGRADAS DE MARKETING
O deslocamento do marketing de massa para o marketing com alvo
definido e a correspondente utilização de uma mistura mais rica nos
canais de comunicação e ferramentas de promoção propõem um problema
para os profissionais de marketing. Os consumidores estão sendo
expostos a uma maior variedade de comunicação de marketing. As
empresas também usam um conjunto mais amplo de fontes para o
desenvolvimento delas. No entanto, os clientes não distinguem as
fontes da mensagem, como fazem os profissionais de marketing. Na
cabeça do consumidor, as mensagens publicitárias apresentadas por
mídias diferentes, como televisão, revistas ou Internet, se
confundem na mesma névoa indefinida. As mensagens transmitidas por
intermédio de diferentes abordagens promocionais, como propaganda,
venda pessoal, promoção de vendas, relações públicas ou marketing
direto, como um todo se tornam parte de uma única mensagem sobre a
empresa. Mensagens conflitantes vindas dessas fontes diferentes
podem produzir como resultado mensagens confusas de empresas e de
suas marcas no mercado.
Muito freqüentemente, as empresas fracassam na integração de seus
vários canais de comunicação. O resultado é uma miscelânea de
comunicações aos consumidores. A propaganda de massa diz uma coisa,
uma promoção de preços sinaliza outra, a etiqueta do produto cria
outra mensagem, a literatura de vendas da empresa diz algo
totalmente diferente e seu site Web parece estar fora de sincronia
com todo o resto.
O problema é que essas comunicações muitas vezes partem de
diferentes fontes da empresa. As mensagens de propaganda são
planejadas e implementadas pelo departamento de publicidade ou pela
agência contratada. Comunicações de venda pessoal são desenvolvidas
pela gerência de vendas. Outros especialistas funcionais são
responsáveis por relações públicas, promoções de vendas, marketing
direto, sites on-line e outras formas de comunicação de marketing.
Recentemente, essa separação funcional tem sido um grande problema
para muitas empresas no que diz respeito a suas atividades de
comunicação pela Internet, que quase sempre estão distribuídas pelas
unidades organizacionais.
No passado, não havia uma pessoa responsável pela ponderação
cuidadosa dos papéis das várias ferramentas de promoção na
comunicação e pela coordenação do mix de promoção. Hoje, no entanto,
mais empresas estão adotando o conceito de comunicação integrada de
marketing (CIM). Segundo esse conceito, a empresa integra e coordena
cuidadosamente seus diversos canais de comunicação a fim de
transmitir uma mensagem clara, consistente e atraente sobre a
organização e seus produtos. Como diz um executivo de marketing, "as
CIM promovem uma forte identidade da marca na praça de mercado,
ligando e reforçando todas as imagens e mensagens de sua empresa.
CIM significa que todos os seus posicionamentos, mensagens e imagens
corporativas são coordenadas em todas as instâncias (de comunicação
de marketing). Significa que seu material de RP diz o mesmo que sua
campanha de mala-direta e que sua propaganda tem o mesmo 'aspecto
atmosfera' de seu site Web".
As soluções de CIM exigem a identificação de todos os pontos nos
quais o cliente pode encontrar na empresa, seus produtos e suas
marcas. Cada contato com a marca passará uma mensagem, seja ela boa,
má ou inócua. A empresa deve se esforçar para transmitir uma
mensagem positiva e consistente em todos os pontos de contato.
Para ajudar na implantação das comunicações integradas de marketing,
algumas empresas designam um diretor de comunicações de marketing
como responsável pelos esforços de comunicação da empresa como um
todo. As comunicações integradas de marketing resultam em melhor
consistência de comunicações e maior impacto sobre as vendas.
Colocam nas mãos de alguém, algo que não existia antes, a
responsabilidade pela unificação da imagem da empresa, fragmentada
entre suas milhares de atividades. Levam a uma estratégia total de
comunicações de marketing que visa a mostrar como a empresa e seus
produtos pode ajudar os clientes a resolver seus problemas.
UMA VISÃO DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Comunicações integradas de marketing abrangem a identificação do
público-alvo e a elaboração de um programa promocional bem
coordenado para despertar a reação que se deseja do público. Com
muita freqüência, as comunicações de marketing focam a superação de
problemas imediatos de conscientização, imagem ou preferência de
público-alvo. Mas essa abordagem à comunicação tem suas limitações:
é de prazo muito curto, bastante dispendiosa e a maioria das
mensagens desse tipo cai em ouvidos moucos. Hoje, a tendência dos
profissionais de marketing é de ver as comunicações como
gerenciamento do relacionamento com o cliente ao longo do tempo
durante os estágios de pré-venda, venda, consumo e pós-consumo. Como
os clientes diferem, os programas de comunicações precisam ser
desenvolvidos para segmentos, nichos e até indivíduos específicos.
Dadas as novas tecnologias de comunicação interativas, as empresas
não podem mais se perguntar apenas: "Como podemos alcançar nossos
clientes?", mas também: "Como descobrir maneiras de os nossos
clientes nos alcançarem?"
Assim, o processo de comunicação deve começar com um levantamento de
todos os contatos potenciais que os clientes-alvo possam ter com a
empresa e suas marcas.
Para poder comunicar efetivamente, os profissionais de marketing
precisam entender como a comunicação funciona. Ela envolve os nove
elementos mostrados na figura, sendo dois desses elementos são as
partes mais importantes da comunicação - emissor e o receptor.
Outros dois são ferramentas mais importantes da comunicação - a
mensagem e a mídia. Os outros quatro são as mais importantes funções
da comunicação - codificação, decodificação, resposta e
realimentação. O último elemento é o ruído do sistema.
- Emissor: a parte que envia a mensagem á outra parte.
- Codificação: processo de transformação de pensamentos em linguagem
simbólica.
- Mensagem: conjunto de símbolos que o emissor transmite.
- Mídia: canais de comunicação por meio dos quais a mensagem passa
do emissor para o receptor.
- Decodificação: processo pelo qual o emissor atribui significado
aos símbolos codificados pelo emissor.
- Receptor: a parte que recebe a mensagem enviada pela outra parte.
- Resposta: as reações do receptor após ter sido exposto à mensagem.
- Feedback: parte da resposta do receptor que é comunicada ao
emissor.
- Ruído: estática ou distorção não planejada durante o processo de
comunicação, que resulta na recepção pelo receptor, de uma mensagem
diferente daquela que o emissor enviou.
Para que uma mensagem seja efetiva, o processo de codificação do
emissor deve se mesclar ao processo de decodificação do receptor.
Assim as melhores mensagens consistem em palavras e outros símbolos
familiares ao receptor. Quanto maior for a sobreposição entre os
campos de experiência do emissor e receptor, mais efetiva a mensagem
provavelmente será. Os comunicadores de marketing podem até nem
sempre compartilhar do mesmo campo de experiência do consumidor. No
entanto para comunicar efetivamente, ele precisa entender o campo de
experiência do consumidor.
Esse modelo destaca diversos fatores-chave da boa comunicação. Os
emissores precisam saber quais públicos desejam alcançar e quais
respostas precisam obter. Devem ser competentes na codificação da
mensagem que levem em conta como os públicos-alvo as decodificam.
Devem enviar mensagens por mídias que alcancem o público-alvo e
desenvolver canais de realimentação para poder avaliar as respostas
do público ás mensagens.
ESTÁGIOS NO DESENVOLVIMENTO DE COMUNICAÇÕES EFETIVAS
Os estágios de desenvolvimento de um programa efetivo de
comunicações e promoções integradas. O comunicador de marketing deve
fazer o seguinte: identificar o público-alvo, determinar os
objetivos da comunicação, elaborar a mensagem, escolher a mídia pela
qual a mensagem será transmitida, selecionar a fonte da mensagem e
coletar a realimentação.
Identificação do público-alvo
O comunicador de marketing começa com uma idéia clara de
público-alvo. Ele pode ser formado por compradores potenciais ou
usuários atuais, os que tomam a decisão de compra e os que a
influenciam. Pode ser de indivíduos, grupos, públicos especiais ou
público em geral. O público-alvo afetará fortemente as decisões do
comunicador sobre o que será dito, como será dito, quando será dito,
onde será dito e quem dirá.
Determinação dos objetivos da comunicação
Uma vez definido o público-alvo, o comunicador deve decidir qual
resposta deseja. É claro que, em muitos casos, a resposta é: compra.
Mas compra é o resultado de um longo processo de tomada de decisão
pelo consumidor. O comunicador de marketing precisa saber em que
estágio seu público está agora e para qual estágio precisa ser
transportado. O público-alvo pode estar em qualquer dos seis
estágios do processo de compra, que são os estágios pelos quais os
consumidores normalmente passam em seu caminho rumo à compra.
O mercado-alvo do comunicador de marketing pode estar totalmente
desinformado sobre o produto, saber apenas seu nome ou algumas
coisas sobre ele. Inicialmente, o comunicador deve desenvolver a
conscientização e o conhecimento.
Elaboração da mensagem
Uma vez definida a resposta que se deseja do público, o comunicador
passa a desenvolver uma mensagem efetiva. Idealmente, a mensagem
deve atrair a atenção, manter o interesse, despertar o desejo e
induzir à ação (estrutura conhecida como modelo Ainda). Na prática,
poucas mensagens levam o consumidor diretamente da conscientização á
compra, mas o modelo Ainda sugere as qualidades desejáveis de uma
boa mensagem. Ao montar a mensagem, o comunicador de marketing deve
decidir o que dizer.
Conteúdo da mensagem
O comunicador tem que imaginar um apelo ou tema que produzirá a
resposta desejada. Há três tipos de apelo: racional, emocional e
moral. Os apelos racionais estão relacionados ao auto-interesse do
público. Mostram que o produto fornecerá os benefícios desejados.
Apelos emocionais tentam despertar emoções positivas ou negativas
que podem motivar a compra. As comunicações podem utilizar apelos
emocionais positivos como amor, orgulho, alegria e humor.
Apelos morais são dirigidos à percepção do público do que é certo e
apropriado. São freqüentemente utilizados para incitá-lo a dar apoio
a causas sociais, tais como um ambiente mais limpo, melhores
relações inter-raciais, igualdade de direitos para as mulheres e
auxílio aos necessitados.
Estrutura da Mensagem
O comunicador também deve decidir como tratar três questões da
estrutura da mensagem. A primeira é se é preciso que se chegue a uma
conclusão ou isso pode ficar para o público. Pesquisas anteriores
mostraram que chegar a uma conclusão é mais eficaz. Pesquisas mais
recentes, no entanto, mostram que em muitos casos o anunciante se
sai melhor fazendo perguntas e deixando que os compradores cheguem a
suas próprias conclusões. A segunda questão da estrutura da mensagem
é se devem ser apresentados argumentos unilaterais. O argumento
unilateral geralmente é mais efetivo na em apresentações de vendas -
exceto quando o nível de instrução do público for mais alto ou
quando estiver propenso a dar ouvidos ás informações contrárias, ou
quando o comunicador tiver de superar uma associação negativa com o
produto.
Formato da mensagem
O comunicador de marketing também precisa de um layout atraente para
a mensagem. No caso de um anúncio impresso, ele tem de decidir como
serão o título, o texto, a ilustração e as cores. Para atrair a
atenção, os anunciantes podem usar inovações e contrastes, fotos e
títulos que atraiam o olhar, layouts distintivos, tamanho e posição
da mensagem, cores, formas e movimento. Se a mensagem for veiculada
por rádio, o comunicador tem de escolher palavras, sons e vozes. O
som de um locutor que está promovendo serviços bancários deve ser
diferente daquele que está promovendo mobiliário de qualidade.
Se a mensagem for veiculada pela televisão ou transmitida
pessoalmente, então, além de todos esses elementos, a linguagem
corporal também precisará ser planejada. Os apresentadores planejam
suas expressões faciais, gestos, trajes, postura e penteados. Se a
mensagem for veiculada no produto ou em sua embalagem, o comunicador
terá de dar atenção à textura, ao aroma, à cor, ao tamanho e ao
formato.
SELEÇÃO DA MÍDIA
Há dois tipos de canais de canais de comunicação, o pessoal e o não
pessoal.
Canais de comunicação pessoal
Nos canais de comunicação pessoal duas ou mais pessoas se comunicam
uma com a outra diretamente. Podem comunicar-se cara a cara, pelo
telefone, pelo correio ou até por um chat na internet. Esses canais
são eficazes porque permitem apresentação pessoal e realimentação.
Alguns canais de comunicação pessoal são controlados diretamente
pela empresa. Mas também é possível que outras comunicações pessoais
sobre o produto cheguem aos compradores por canais que não são
controlados pela empresa diretamente. Entre eles podem estar
especialistas independentes - defensores dos consumidores, guias de
compras de bens de consumo e outros - que fazem declarações a
compradores-alvo. Ou podem ser vizinhos, amigos, membros da família
e associados que conversam com compradores. Esse último canal,
chamado de comunicação boca a boca, causa considerável impacto sobre
muitas áreas de produtos.
A influência pessoal tem grande peso sobre produtos caros, de alto
risco e de grande visibilidade.
As empresas podem tomar providências para fazer com que os canais
pessoais trabalhem para elas. Podem usar pessoas influentes em seus
anúncios e desenvolver anúncios usando o endosso dessas pessoas.
Canais de comunicação não pessoal
São mídias que veiculam mensagens, sem contato pessoal nem feedback.
Incluem mídias mais importantes, atmosfera e eventos. Entre as
mídias mais importantes estão a impressa (jornais, revistas e mala
direta), a transmitida (rádio e televisão), a expositiva (cartazes,
placas e pôsteres) e a mídia on-line (internet e site Web).
Atmosfera são ambientes planejados que criam ou reforçam a
inclinação do consumidor à compra de um produto. Assim, escritórios
de advocacia e bancos são projetados para comunicar confiança e
outras qualidades que podem ser valorizadas por seus clientes.
Eventos são acontecimentos planejados que comunicam mensagens a
públicos-alvo.
As comunicações não-pessoais afetam os compradores diretamente. Além
disso, a utilização de mídia de massa muitas vezes afeta o comprador
diretamente porque causa maior comunicação pessoal. As comunicações
primeiro fluem da televisão, das revistas e de outras mídias de
massa, até os formadores de opinião, e deles para outros. Assim, os
formadores de opinião ficam entre a mídia de massa e seu público e
levam mensagens a pessoas menos expostas à mídia. Isso sugere que os
comunicadores de massa devem direcionar suas mensagens diretamente
aos formadores de opinião, deixando que eles se encarreguem de
transmitir as mensagens a outros.
Seleção da fonte da mensagem
Tanto na comunicação pessoal quanto na não pessoal, o impacto da
mensagem sobre o público-alvo também é afetado pelo modo como ele vê
o comunicador. Mensagens passadas por fontes de alta credibilidade
são mais persuasivas. Sendo assim as empresas contratam celebridades
- atletas, atores e até personagens de desenho animados bem
conhecidos - para endossar seus produtos e veicular suas mensagens.
Muitas empresas que fabricam produtos alimentícios os promovem junto
a médicos, dentistas e outros profissionais da saúde para motivar
esses profissionais a recomendá-los aos pacientes.
Feedback
Após enviar a mensagem, o comunicador deve pesquisar o efeito que
ela causou sobre o público-alvo. Isso implica perguntar aos membros
do público-alvo se eles se lembram da mensagem, quantas vezes a
viram, de que pontos recordam, como se sentirão em relação a ela e
suas atitudes passadas e presentes com relação ao produto e á
empresa. O comunicador deveria também aferir o comportamento
resultante da mensagem - quantas pessoas compraram determinado
produto, falaram sobre ele com outras pessoas ou visitaram a loja.
O feedback com relação às comunicações de marketing pode sugerir
mudanças no programa de produção ou na oferta do produto em si.
ESTABELECIMENTO DO ORÇAMENTO TOTAL E DO MIX DE PROMOÇÃO
Definindo o orçamento total de promoção
Uma das mais difíceis decisões de marketing que uma empresa tem de
tomar é quanto gastar em promoção. John Wanamaker, o magnata das
lojas de departamentos, disse em certa ocasião "Eu sei que metade da
minha propaganda é desperdiçada, mas não sei qual das metades.
Gastei 2 milhões em propaganda e não sei se é a metade ou o dobro do
que seria necessário". Assim, não é nenhuma surpresa que haja uma
enorme variação nos gastos de promoção de setores da empresas. Esses
gastos podem der de 20 e 30 por cento sobre as vendas no setor
cosméticos e apenas 2 ou 3 por cento no setor de equipamentos
pesados. Dentro de determinado setor, podem ser encontradas empresas
que gastam muito e outras que gastam pouco. Existem 4 métodos comuns
utilizados para estabelecer o orçamento total de propaganda: o
método dos recursos disponíveis, o método da porcentagem sobre as
vendas, o método da paridade com a concorrência e o método do
objetivo e tarefas.
Método dos recursos disponíveis
Algumas empresas usam o método dos recursos disponíveis: estabelecem
o orçamento de promoção no nível que acham que podem gastar.
Pequenas empresas quase sempre usam esse método, raciocinando que a
empresa não pode gastar em propaganda mais do que tem. Partem do
total de receitas, deduzem as despesas operacionais e os desembolsos
de capital e então reservam uma parte dos fundos remanescentes para
campanhas publicitárias.
Infelizmente, este método ignora completamente os efeitos das
promoções de vendas. Tende a dar à propaganda o último lugar na
prioridade de gastos, mesmo em situações em que ela é crítica para o
sucesso da empresa. Leva a um orçamento de promoção anual incerto
que dificulta o planejamento de mercado a longo prazo. Embora o
método de recursos disponíveis possa resultar em despesas excessivas
com propaganda, na maioria das vezes resultam em gastos
insuficientes.
Método de porcentagem sobre as vendas
Outras empresas usam o método de porcentagem sobre as vendas,
definindo seu orçamento de promoção como uma porcentagem determinada
sobre a receita de vendas atual ou prevista. Alternativamente, o
orçamento é uma porcentagem sobre o preço unitário de venda. Esse
método tem suas vantagens. É simples de usar e ajuda a gerência a
pensar sobre as relações existentes entre gastos com promoção, preço
de venda e lucro por unidade.
No entanto, apesar dessas vantagens declaradas, o método de
porcentagem sobre as vendas não tem muitas justificativas a seu
favor. Encara as vendas erroneamente, como se elas fossem à causa da
promoção, e não seu resultado. "um estudo realizado nessa área
descobriu uma forte correlação entre investimentos em propaganda e a
força das marcas estudadas - mas revelou que a relação era de efeito
e causa e não de causa e efeito. As marcas mais fortes apresentavam
os índices de vendas mais altos e podiam bancar os maiores
investimentos em propaganda!" Assim, o orçamento calculado por
porcentagem sobre as vendas se baseia na disponibilidade de recursos
e não nas oportunidades. Pode evitar um aumento de gastos que muitas
vezes é necessário para reverter à queda nas vendas. Como o
orçamento varia de ano para ano conforme os índices de vendas, o
planejamento a longo prazo é difícil. Finalmente, o método não
proporciona nenhuma base para escolha de uma porcentagem específica,
exceto o que foi no passado ou o que os concorrentes estão fazendo.
Método de paridade com a concorrência
Outras empresas usam o método de paridade com a concorrência e
determinam orçamentos de promoção equivalentes aos gastos dos
concorrentes. Monitoram a propaganda dos concorrentes ou obtêm
estimativas dos gastos em promoção do setor por meio de publicações
ou associações comerciais e então definem seus orçamentos com base
na média do setor.
Dois argumentos sustentam esse método. Primeiro, os orçamentos dos
concorrentes representam o consenso coletivo do setor. Segundo,
gastar o mesmo que os concorrentes, ajuda evitar guerras
promocionais. Infelizmente nenhum dos argumentos é válido. Não há
motivos para acreditar que a concorrência tenha uma idéia melhor
sobre o que uma empresa deve gastar em promoção do que ela própria.
As empresas diferem muito e cada uma tem necessidades promocionais
específicas. Por fim, não há evidência de que orçamentos baseados na
paridade com a concorrência evitem guerras promocionais.
Método de objetivos e tarefas
O método mais lógico para definir orçamentos é o método de objetivos
e tarefas, pelo qual uma empresa define seu orçamento de promoção
com base no que quer conseguir com ela. Esse método orçamentário
implica a definição de objetivos específicos de promoção a
determinação das tarefas que devem ser realizadas para alcançar
esses objetivos e estimativos do custo de execução dessas tarefas. A
soma desses custos é o orçamento de promoção proposto.
O método de tarefas e objetivos de força a gerência a revelar suas
premissas sobre a relação entre dinheiro gasto e resultados da
promoção. Mas é também o método mais difícil de se usar. Em geral é
difícil imaginar quais tarefas específicas atingirão objetivos
específicos.
Estabelecimento do mix total de promoção
Agora, a empresa deve dividir o orçamento total de promoção entre as
principais ferramentas promocionais - propaganda, venda pessoal,
promoção de vendas, relações públicas e marketing direto. O conceito
de comunicações integradas de marketing sugerem que as ferramentas
promocionais devem ser mescladas cuidadosamente em um mix de
promoção. As empresas de um mesmo setor diferem bastante no mix de
promoção.
A natureza de cada ferramenta de promoção
Cada ferramenta de promoção tem características e custos exclusivos.
Para selecionar suas ferramentas os profissionais de marketing
precisam entender suas características:
- Propaganda: a propaganda pode atingir massas de compradores
geograficamente dispersos a um custo baixo por exposição e permite
que a empresa vendedora repita a mensagem muitas vezes. Ale do
alcance que tem a propaganda em grande escala passa algo positivo
sobre o porte, a popularidade e o sucesso da empresa vendedora.
Devido à natureza pública da propaganda, os consumidores tendem a
ver os produtos anunciados como mais legítimos. A propaganda também
tem muita força de expressão - permite que a empresa dramatize seus
produtos por meio de uso artístico de elementos visuais, textos, som
e cor. Por um lado, ela pode ser usada para construir uma imagem
duradoura para um produto (como os anúncios da Coca-Cola). Por outro
lado, pode desencadear vendas rápidas (como quando a Sears anuncia
uma liquidação de fim de semana)
- Venda pessoal: a venda pessoal é a ferramenta mais eficaz em
certos estágios do processo de compra, particularmente na construção
das preferências, convicções e ações dos compradores. Envolve
interações pessoais entre duas ou mais pessoas, de modo que cada uma
pode observar as necessidade e características de outra e fazer
ajustes rápidos. A venda pessoal também permite que surjam todos os
tipos de relacionamento, desde um relacionamento de vendas apenas
formal até uma amizade pessoal. O vendedor eficiente coloca os
interesses do cliente em primeiro lugar para criar um relacionamento
duradouro.
- Promoção de vendas: a promoção de vendas abrange um amplo
sortimento de ferramentas - cupons, concursos, descontos, prêmios e
outras - todas com muitas qualidades exclusivas. Atraem a atenção do
consumidor, oferecem fortes incentivos á compra e podem ser
utilizadas para dramatizar as ofertas dos produtos e turbinar vendas
em declínio. As promoções de vendas incitam e recompensam a resposta
rápida - enquanto a propaganda diz: "Compre nosso produto", a
promoção de vendas diz: "Compre-o agora". Entretanto os efeitos da
promoção de vendas normalmente têm vida e quase sempre não são tão
eficazes quanto à propaganda ou a venda pessoal na criação de
preferência de marca duradoura.
- Relações públicas: as relações públicas têm muita credibilidade -
novos eventos, histórias e características parecem muito mais reais
e dignos de crédito aos olhos dos leitores que os anúncios. As
relações também podem alcançar muitos clientes potenciais que evitam
vendedores de anúncios - a mensagem chega aos compradores como
notícia e não como comunicação direcionada para vendas. Como a
propaganda, as relações públicas podem dramatizar uma empresa ou um
produto. Os profissionais de marketing tendem a subutilizar as
relações públicas ou a utilizá-las como uma derradeira idéia. No
entanto, quando bem pensada, uma campanha de relações públicas,
utilizada juntamente com outros elementos do mix de promoção, pode
ser muito eficiente e econômica.
- Marketing direto: embora haja muitas formas de marketing direto -
telemarketing, mala-direta, marketing on-line e outras -, todas
compartilham quatro características distintivas. O marketing direto
é privado: a mensagem é normalmente dirigida a uma pessoa
específica. Ele também é imediato e personalizado: as mensagens
podem ser preparadas com muita rapidez e podem ser criadas para
atrair consumidores específicos. Por fim é interativo: permite um
diálogo entre o marketing e o consumidor, e as mensagens podem ser
alteradas, dependendo da resposta do consumidor. Assim, o marketing
direto se ajusta muito bem aos esforços de marketing altamente
direcionados e à criação de relacionamentos pessoais com os
clientes.
Fonte:
KOTLER, Philip. ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing, São Paulo:
Prince Hall, 2004