O Design Está em Tudo
Por Luiz Renato Roble
08/02/2010

Desde criança quis ser designer. Hoje soa bonito falar isso, mas na verdade, apesar de saber desde que me conheço por gente, o que gostaria de
fazer quando crescesse, não tinha a menor idéia do que deveria fazer para que me tornasse um dia, o profissional que eu imaginava que deveria ser, para que então pudesse fazer aquilo que sonhava.

Fui crescendo e acreditando que meu caminho deveria ser arquitetura. Foi apenas durante o pré-vestibular que descobri a existência de um curso chamado
comunicação visual. Quando estava no primeiro ano da universidade, é que ouvi pela primeira vez o termo designer, a tal profissão a qual vim me preparando, ou seja, o papel que a vida tinha reservado para mim.

Olho para trás e só vejo o futuro. Vivo a confirmação do meu discurso de formatura quando disse que o design sempre esteve presente em tudo e graças a Deus, parece que está cada vez mais. A importância do bom design para a vida do Homem tornou-se hoje, fundamental. Por isso é difícil para um designer, descansar de forma completa. Para quem trabalhar significa olhar, visualizar, reparar, comunicar, imaginar e criar, tudo o que vê, o que ouve e o que sente, seja num dia de folga, num final de semana ou durante as férias, sua cabeça continua trabalhando. É que tudo passa a ser informação e conhecimento. É como estar numa ciranda onde tudo é design, tudo é trabalho, tudo é prazer. É fazer o que se gosta e não precisar trabalhar nunca mais.

Dizer que o design está presente em tudo, parece até exagero, mas quando começamos a reparar em nossa volta, vemos em cada ambiente, cada objeto, cada informação, o resultado concreto do trabalho de designers de ambiente, designers de produto e designers gráficos. Experimente. Olhe para os lados enquanto lê este texto e repare a sua volta.

Neste momento enquanto escrevo, por exemplo, vejo a materialização de um projeto de design de ambiente no escritório onde estou, desde o piso, até as paredes. Vejo o design de produto presente no notebook, na luminária italiana que ilumina a área de trabalho, na clássica caneta Montblanc e no moderno cinzeiro cromado usado como porta-clips. Vejo o design gráfico no tipo Arial com qual estou escrevendo, nas capas dos livros de arte que estão na prateleira próxima, nos logotipos Sony do computador, Pentel do marcador amarelo e Basf do disquete. Sem contar o resto de objetos que estão sobre a mesa, inclusive ela. E também, sem falar nas infinitas coisas que estão em minha volta neste momento, incluindo a cadeira a qual estou sentado.

Este exercício de descoberta do design pode ser feito em casa, no escritório, no elevador, na rua, num parque, em uma loja, em uma fábrica, em uma igreja, dentro de um carro, de um avião, de um trem, de um navio, andando de bicicleta, de carroça, de tênis, de sapato, de bota e vai pelo mundo afora. O design é que nem uma sombra que o persegue aonde for ou como a lua acompanhada por uma criança que segue dentro de um carro numa viagem feita sob um céu estrelado.

Assim como existem construções que apenas abrigam e obras de arquitetura que além de abrigar, fazem história, existe o design que apenas cumpre a função necessária, enquanto outros além de cumprir a função, fazem história e viram grandes cases. É bom trabalhar com algo que todos necessitam e que ainda pode entrar para a história. O design, através da experiência, informação e talento pode realizar os sonhos das pessoas. As empresas, marcas e produtos que, através da criatividade do design, criam atratividade suficiente para comprovar sua competência em realizar estes sonhos, têm diante de si, abertas as portas do sucesso.


Luiz Renato Roble criacao@datamaker.com.br
Designer e Diretor de Criação da Datamaker Designers www.datamaker.com.br

Fonte: Datamaker