Luzes Acesas: O Desafio dos Gestores
Por Ivan Postigo
31/05/2010
Um volume significativo de nossas empresas vem há anos buscando melhorar seus resultados, gerar pequenos lucros que permitam acreditar num futuro melhor sem, contudo, obter sucesso.
A necessidade de geração de resultados imediatos força o foco em determinados assuntos, fazendo com que seus gestores percam a noção do conjunto. Essa dispersão faz com que os seus resultados mensais não passem por uma análise crítica de conjunto, negligenciando-se inclusive o papel da contabilidade em suas contribuições gerenciais.
Neste aspecto cabe perguntar:
Saberiam seus gestores quanto os gastos de manutenção representam de suas vendas, líquidas de impostos?
Sim, vendas líquidas de impostos, este deve ser o ponto de partida da análise. Não podemos considerar nossas vendas brutas , pois os impostos nada acrescentam ao nosso caixa.Na verdade drenam recursos.
Como normalmente o recebimento das duplicatas geradas pelas vendas acontece depois do prazo para pagamento dos impostos, as empresas se vêm obrigadas a ir aos bancos emprestar dinheiro para pagá-los.
Com isso o governo tem seu quinhão garantido, sem muito esforço, afinal nossas empresas procuram pagar os impostos em dia.
Seguindo no questionamento: Quanto representaria do faturamento líquido os gastos financeiros formados pelos juros pagos nos descontos de duplicatas, pelas taxas bancárias, pelos IOF, e toda gama de percentuais que pagamentos financeiros?
Quanto do faturamento liquido é destinado para pagamento das matérias-primas, da mão-de-obra direta, para pagamento de administração da fabrica, do pessoal de vendas, administração?
Não há um modelo, nem regra que determine uma distribuição de valores, mas é possível estabelecer um quadro especulativo e com base nesse pressuposto avaliar nossa empresa.
Genericamente e especulativamente criei uma base percentual e uma de valor. Na base de valor considerei o valor de faturamento R$ 1.000,00. Pode-se a partir deste valor estudar variações:
Faturamento Líquido 100,0 1.000,00
Materiais usados nos produtos 60,0 600,00
Mão de Obra direta 5,0 50,00
Despesas gerais de fábrica 5,0 50,00
Gastos com manutenção 2,0 20,00
Total Custos do Produto 82,0 820,00
Contribuição Marginal 18,0 180,00
Administração de Vendas 3,0 30,00
Comissão de Vendas 5,0 50,00
Administração Geral 3,0 30,00
Logística 3,0 30,00
Margem de Contribuição antes das despesas Financeiras 4,0 40,00
Despesas Financeiras 5,0 50,00
Resultado -1,0 -10,00
Uma situação como esta mostra que a empresa não pode recuperar o investimento, pois apenas com a alocação dos gastos operacionais já está com prejuízo. Neste demonstrativo não foi alocado o valor da depreciação dos equipamentos.
Outro item também não considerado foi o investimento em propaganda e publicidade, fator importantíssimo na divulgação dos produtos no mercado.
Esses percentuais não são estatísticos, não levam em conta médias de mercado e ou segmentos industriais, são especulativos, genéricos, contudo nos ajudam a refletir toda vez que analisamos empresas no mercado.
Ajudam, também, a perceber áreas que estão consumindo recursos, pontos que demandam nossa atenção e medidas corretivas. Mostram as montanhas que devem ser escavadas para averiguação das dificuldades de gestão.
O estabelecimento de referenciais é a instalação de luzes de alerta.
Criando e usando referenciais você pode ver quantas luzes estão acesas em sua empresa.
A propósito: Quantas estão acesas neste momento na sua empresa?
Ah, já viu quantas? Ótimo, agora trate de apagá-las.
Boa sorte e sucesso na sua gestão
Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP. Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas e diretor da Postigo Consultoria de Gestão Empresarial - Fones (11) 4526 1197 / ( 11 ) 9645 4652
www.postigoconsultoria.com.br - ipostigo@terra.com.br
Por Ivan Postigo
31/05/2010
Um volume significativo de nossas empresas vem há anos buscando melhorar seus resultados, gerar pequenos lucros que permitam acreditar num futuro melhor sem, contudo, obter sucesso.
A necessidade de geração de resultados imediatos força o foco em determinados assuntos, fazendo com que seus gestores percam a noção do conjunto. Essa dispersão faz com que os seus resultados mensais não passem por uma análise crítica de conjunto, negligenciando-se inclusive o papel da contabilidade em suas contribuições gerenciais.
Neste aspecto cabe perguntar:
Saberiam seus gestores quanto os gastos de manutenção representam de suas vendas, líquidas de impostos?
Sim, vendas líquidas de impostos, este deve ser o ponto de partida da análise. Não podemos considerar nossas vendas brutas , pois os impostos nada acrescentam ao nosso caixa.Na verdade drenam recursos.
Como normalmente o recebimento das duplicatas geradas pelas vendas acontece depois do prazo para pagamento dos impostos, as empresas se vêm obrigadas a ir aos bancos emprestar dinheiro para pagá-los.
Com isso o governo tem seu quinhão garantido, sem muito esforço, afinal nossas empresas procuram pagar os impostos em dia.
Seguindo no questionamento: Quanto representaria do faturamento líquido os gastos financeiros formados pelos juros pagos nos descontos de duplicatas, pelas taxas bancárias, pelos IOF, e toda gama de percentuais que pagamentos financeiros?
Quanto do faturamento liquido é destinado para pagamento das matérias-primas, da mão-de-obra direta, para pagamento de administração da fabrica, do pessoal de vendas, administração?
Não há um modelo, nem regra que determine uma distribuição de valores, mas é possível estabelecer um quadro especulativo e com base nesse pressuposto avaliar nossa empresa.
Genericamente e especulativamente criei uma base percentual e uma de valor. Na base de valor considerei o valor de faturamento R$ 1.000,00. Pode-se a partir deste valor estudar variações:
Faturamento Líquido 100,0 1.000,00
Materiais usados nos produtos 60,0 600,00
Mão de Obra direta 5,0 50,00
Despesas gerais de fábrica 5,0 50,00
Gastos com manutenção 2,0 20,00
Total Custos do Produto 82,0 820,00
Contribuição Marginal 18,0 180,00
Administração de Vendas 3,0 30,00
Comissão de Vendas 5,0 50,00
Administração Geral 3,0 30,00
Logística 3,0 30,00
Margem de Contribuição antes das despesas Financeiras 4,0 40,00
Despesas Financeiras 5,0 50,00
Resultado -1,0 -10,00
Uma situação como esta mostra que a empresa não pode recuperar o investimento, pois apenas com a alocação dos gastos operacionais já está com prejuízo. Neste demonstrativo não foi alocado o valor da depreciação dos equipamentos.
Outro item também não considerado foi o investimento em propaganda e publicidade, fator importantíssimo na divulgação dos produtos no mercado.
Esses percentuais não são estatísticos, não levam em conta médias de mercado e ou segmentos industriais, são especulativos, genéricos, contudo nos ajudam a refletir toda vez que analisamos empresas no mercado.
Ajudam, também, a perceber áreas que estão consumindo recursos, pontos que demandam nossa atenção e medidas corretivas. Mostram as montanhas que devem ser escavadas para averiguação das dificuldades de gestão.
O estabelecimento de referenciais é a instalação de luzes de alerta.
Criando e usando referenciais você pode ver quantas luzes estão acesas em sua empresa.
A propósito: Quantas estão acesas neste momento na sua empresa?
Ah, já viu quantas? Ótimo, agora trate de apagá-las.
Boa sorte e sucesso na sua gestão
Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP. Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas e diretor da Postigo Consultoria de Gestão Empresarial - Fones (11) 4526 1197 / ( 11 ) 9645 4652
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