Os meios de comunicação mais adequados como vantagem competitiva para as organizações do segmento de automação e controle
Por Alessandra Alabi
07/10/2009

Resumo

As empresas na área de Automação e Controle são totalmente técnicas e têm descoberto que manter posição lucrativa e sustentável no mercado, conservando posturas voltadas para si mesmas, está se tornando cada vez mais difícil. As estratégias de liderança de custo e diferenciação de produtos já não são tão eficientes, a informação e a comunicação são canais para as investidas no mercado. Os meios de comunicação dentro dessas organizações são bastante específicos e segmentados, é preciso desenvolvê-los de maneira ordenada, integrada aos próprios objetivos da companhia, através de planejamento, pesquisa, espírito crítico, talento, criatividade e inovação. Essas atividades devem estar fundidas diretamente entre o departamento de marketing e comunicação, juntamente com compradores técnicos, engenheiros e a área comercial. O intuito é obter maiores informações diretas sobre as opiniões das companhias, suas impressões, estratégias e obter conclusões pertinentes sobre o assunto. Descobriu-se que a falta de informações aliada à tecnologia e comunicação neste mercado, não trás os resultados positivos da estratégia traçada.

Palavras-Chave: Marketing, Marketing Industrial, Comunicação, Automação e Controle.

abstract

Automation and Control Companies are totally technically driven, and have discovered that keeping a profitable and sustainable position in the market, maintaining posture towards themselves, has became increasingly difficult, since the strategies of cost leadership and products differentiation are not that efficient, so information and communication are the channels to be invested in the market. Communication media within these companies is very specific and segmented. It becomes necessary to develop them in orderly means, integrated with the company's objectives, through planning, research, critical opinion, talent, creativity and innovation. These activities must be rendered by the marketing and communication department, together with technical suppliers, engineers and sales department. The purpose is to get more direct information on companies’ views, strategies and to obtain important conclusions about this subject. It was found that the lack of information together with technology and communication in this market does not bring the positive results for outlined strategy.

Keywords: Marketing, Industrial Marketing, Communication, Automation and Control

1. Introdução

O Marketing tradicional sempre teve como escopo atividades envolvidas com o preparo do produto, a fixação de seu preço, a comunicação com seu mercado para provocar a demanda e o atendimento dessa demanda, por meio da logística e distribuição. E isso bastava para atingir os objetivos das empresas.

Com o passar do tempo e do paradigma da produção, vivemos a era da informação, a era do cliente, estamos na velocidade com que os produtos se tornam obsoletos e conceitos se tornam ultrapassados em face das transformações culturais e sociais. Hoje, o consumidor, como diz o jargão popular, tem as “cartas na mão” para dar a idéia sobre quem está no comando da situação. No caso do atual mercado consumidor de produtos e serviços, as empresas buscam atender ainda mais às necessidades e aos desejos dos consumidores cada vez mais exigentes.

No Marketing Industrial isso não é diferente. Nascido de uma especialização do marketing, o marketing industrial surge para aprofundar a relação empresa/cliente, ou seja, como ensina Kotler (1993), em organizações que vendem seus serviços para outras organizações, é muito mais de responsabilidade da administração geral do que em companhias de produtos de consumo, necessitando de uma quantidade de habilidades em negócios mais ampla e uma experiência específica. Nas companhias industriais, muitas decisões de marketing atravessam os limites da organização e requerem grandes investimentos próprios. Por isto, muitas decisões importantes são tomadas em níveis estratégicos dentro da empresa, pois exigem habilidades, visão e conhecimento do planejamento estratégico das companhias-alvo e de seus executivos. Por estas razões, grande parte das empresas de bens industriais, neste caso de Automação e Controle, possui a área comercial técnica, totalmente fundida com o departamento de marketing e comunicação, no qual enfatizam o trabalho nesta área, adicionando valor mensurável às suas ações e criando diferenças que resultam no final do processo, como o conhecimento técnico de seus produtos, treinamentos técnicos, serviços e em aumento de vendas.

Segundo Siqueira (2005), o mercado industrial é o mercado de bens e serviços produzidos ou vendidos por empresas agrícolas, comerciais, industriais e organizações institucionais para uso dos mesmos na produção, comercialização ou locação de outros bens e serviços. Os consumidores e usuários industriais são as organizações fabricantes, comerciais e agrícolas, ou instituições que compram produtos e serviços para fabricar outros produtos, oferecer outros tipos de serviços, ou mesmo para utilizá-los em seu próprio negócio. As características inerentes ao marketing industrial de produtos e serviços o tornam muito diferente na prática do marketing de consumo. Uma das diferenças é o impacto potencial que pequenas mudanças no bem provocam no consumidor ou cliente. Pequenas melhorias relativas na entrega, qualidade, preço e diferenciação de serviços podem impactar tremendamente no consumidor final do bem industrial e sua comunicação com o mercado.

Este trabalho não tem intenção de propor nenhuma estratégia ou conceito, mas tem por objetivo fazer um estudo voltado para o marketing Industrial e qual a melhor maneira de se comunicar com o mercado extremamente segmentado e exigente. Hoje, por assim dizer podemos concluir que o foco deve ser o mesmo foco do cliente e não mais o foco no cliente, ou seja, o grande objetivo é criar soluções ótimas, perfeitas; alertar os clientes em potencial sobre as oportunidades de seu mercado antes que ele as perceba.

2. CONCEITO DE MARKETING

Todas as organizações precisam sobreviver, o papel do marketing no sucesso de uma organização, só foi reconhecido há bem pouco tempo. Isto ficou particularmente evidente em países da Europa oriental cujas economias recentemente deixaram de ser controladas pelo Estado para se transformar em empreendimentos comerciais voltados para o mercado. Louis E. Boone e David L. Kurtz enfatiza a importância do marketing em seu livro Marketing Contemporâneo:

“Se desejarmos saber o que é um negócio, devemos começar pela sua finalidade. E a finalidade deve situar-se fora do negócio. Na verdade, deve ficar na sociedade, visto que uma empresa de negócios é um órgão da sociedade. Só há uma definição válida para a finalidade de uma organização: criar um cliente (BOONE & KURTZ, 1998, pg. 5)

Numa perspectiva de marketing como relações de troca, Philip Kotler diz que:

“Podemos definir o marketing como o processo social e gerencial através do quais indivíduos e grupos obtêm aquilo que desejam e de que necessitam, criando e trocando produtos uns com os outros.” (KOTLER, 1998, p. 3).

Profissionais da área expõem as bases mercadológicas e seus elementos para que se possa definir o que vem a ser marketing nos tempos de hoje. Relatam que uma das principais tarefas do marketing está em integrar o cliente à elaboração dos produtos/serviços e desenvolver um processo sistemático de interação para dar sustentação dessa relação. Várias empresas no segmento extremamente técnico em Automação e Controle já perceberam que o marketing, comunicação e a área comercial caminham juntas. Isso é fundamental em qualquer empresa que queira ter seu diferencial neste mercado para validar que o principal objetivo do marketing é servir as verdadeiras necessidades dos clientes e sua total satisfação. Não se trata simplesmente de uma campanha de publicidade e sim uma atividade que deve ser difundida no âmbito do trabalho de cada um de nós, pois o marketing de hoje não é mais uma função, é uma forma de fazer negócios.

Para se ganhar um mercado nos dias de hoje, temos que fazer coisas diferentes, de formas diferentes e quando ganhamos o mercado temos que desenvolver produtos que atendam especificamente a esse mercado, sob pena de perdê-lo. Para definirmos padrões de mercado é necessários que seja desenvolvido produtos compatíveis e que ofereçam recursos adicionais para o aperfeiçoamento deste produto/serviço. Muitas vezes comprar outras empresas do segmento torna-se objetivos estratégicos numa organização e deter um mercado pode se tornar uma espiral de auto-esforço, quem tem mercado torna-se uma força dominante na área em que atua, consolidando a posse desse mercado, criando sempre novos diferenciais para não comprometer a fidelidade de seus clientes.

O marketing flexível e a comunicação empresarial, diante disto, devem estar agregados a tecnologia e ter a capacidade de comercializar, envolvendo adaptação, programação e customização, trazendo a excelência em qualidade, chegando aos clientes.

A tecnologia do mundo globalizado cria a promessa de se ter "qualquer coisa, de qualquer forma e a qualquer momento". Os clientes podem ter sua própria versão de praticamente qualquer produto, incluindo o que apela para a identificação de massa, não para individualidade, se assim o desejarem.

No mercado industrial mais especificamente nas empresas de Automação e Controle, a fórmula matemática predominante no marketing atual e na comunicação, é a variedade e capacidade que se tem de comunicar com os clientes de forma a criar diferenciais como um ciclo de feedbacks. Era o elemento que faltava no diálogo com o cliente, que conecta a empresa ao cliente, orientando-o ao mercado de maneira apropriada, vislumbrando as necessidades dos clientes, que permanecem em constantes mudanças cobradas pelo mundo moderno de hoje. Um dos grandes objetivos do marketing e da comunicação é fazer com que ele enfatize a sensibilidade, a flexibilidade e a elasticidade.

O termo sensibilidade vem da existência de diversas formas e canais através dos quais as empresas podem fazer uma leitura do ambiente, do grupo de usuários que oferecem feedback aos pesquisadores de consumo, que oferecem os dados sobre as escolhas dos consumidores em tempo real. Já o termo flexibilidade vem da criação de uma estrutura organizacional e estilo operacional que permitem as organizações aproveitarem as novas oportunidades oferecidas. No termo elasticidade, aprende-se com os erros, o marketing que escuta, assimila, analisa e responde ao cliente.

As empresas devem atuar de acordo com as regras do jogo do mercado e maximizar seu nível de comprometimento, o sucesso de uma empresa requer uma verdadeira imersão nos negócios do cliente. É preciso implantar a cultura do “envolvimento total”, sob risco de perder o cliente para qualquer concorrente que consiga antecipar problemas de mercado e apresentar soluções de negócios inteligentes ao cliente antes que eles a solicitem.

3. HISTÓRIA DO MARKETING INDUSTRIAL

Apesar de encontrarmos suas raízes ao longo da história da humanidade na própria gênese do comércio, o marketing é um campo de estudo novo se comparado com os demais campos do saber. O estudo do mercado surgiu da necessidade das organizações industriais de administrar a nova realidade, oriunda da Revolução Industrial que causou uma transformação de um mercado de vendedores para um mercado de compradores. Neste estágio, o marketing ainda é inseparável da economia e da administração clássica, pois inicialmente sua preocupação era puramente de logística e produtividade para a maximização dos lucros. Os consumidores não tinham qualquer poder de barganha e a concorrência era praticamente inexistente.

Tal realidade manteve-se inalterada até fins da Segunda Guerra Mundial, quando então, reagindo ao crescimento da concorrência, os chamados “homens de mercado” começaram a teorizar sobre como atrair e lidar com seus consumidores. Surgiu então, a cultura de vender a qualquer preço, o marketing evoluía a cada passo.

O marketing dentro das empresas é, cada vez mais, uma peça fulcral na gestão de qualquer empresa. Para Philip Kotler (1998), o Marketing sofreu quatro fases de evolução.

Na primeira fase a atenção era na produção. Essa fase corresponde ao início da revolução industrial, quando a procura era maior que a oferta. Isso fazia com que todos os esforços fossem direcionados na melhoria do processo de produção. O marketing era passivo, portanto, focando-se na produção, concentrando-se na fabricação do produto e na perspectiva técnica de gestão e a hierarquia e as funções do departamento de marketing são limitadas, encarregando-se em administrar as vendas.

Solucionado o problema da produção, as empresas começaram a fabricar mais do que a procura. Era necessário encontrar novos mercados e convencer os seus consumidores de que era necessário consumir o produto. Nessa fase, as vendas começam a ter um papel fundamental no marketing. Nasce a Segunda Fase.

Mas até aí não havia concorrência, geralmente uma empresa dominava o mercado e quem quisesse comprar não tinha muita opção.

No marketing organizacional, a característica é a forte expansão da procura e da capacidade de produção, onde a organização põe ênfase nas vendas. Nesta fase, o marketing trata de criar uma óptica comercial eficaz, visando à constante procura dos seus produtos. Com o tempo, começaram a surgir empresas concorrentes, que apresentavam produtos semelhantes, praticamente pelo mesmo preço ou até mais baixo.

As tarefas das companhias eram então, determinar as necessidades, desejos e interesse dos mercados-alvo e fornecer a satisfação desejada de modo mais eficaz e eficiente do que concorrência, para preservar e melhorar o bem-estar do consumidor da sociedade. Nessa fase ganhava quem conseguisse satisfazer o cliente, visando suprir as necessidades e desejos do consumidor.

Contudo é importante destacar que estas fases do marketing não são estanques e nítidas historicamente. Há países que ainda estão na primeira fase do marketing, enquanto outros já acompanham as necessidades dos nossos dias, praticando conceito de foco do cliente.

Para entendermos a básica diferente entre o marketing convencional (de consumo) e o marketing Industrial, podemos dizer que neste segundo, envolve as relações entre empresas que trocam produtos e serviços. Esta prática, que em meados da década de 70 foi denominada industry marketing, ganhou terreno e se consolidou a partir dos anos 80, sob o termo business-to-business ou B2B. Enquanto o Marketing de Consumo visa atingir o consumidor final e tornar a venda supérflua, o Marketing Industrial, ou de Serviços, busca abrir negociações com boas chances de fechamento. Isto se deve ao fato de que a presença de um vendedor técnico (negociador), é fundamental em quase todas as relações comerciais entre organizações empresariais junto aos compradores.

Só estão atuantes no mercado as grandes organizações industriais, que tem o domínio de informações. Informações estas, que devem englobar habilidades técnicas para produzir, fornecer, contar com um programa de desenvolvimento e melhorias. O mercado está na era da tecnologia, da globalização, do poder de ofertar para o mundo todo, da revolução da logística, de ofertas de produtos e principalmente da democratização dos meios de comunicação, onde os clientes tem a liberdade, o poder de barganha e acesso as informações.

No caso do marketing industrial em automação e controle, a informação é o fator principal desta realidade, pois podemos dizer que os compradores técnicos são os consumidores dos produtos/serviços das grandes empresas neste segmento. Por exemplo, todas as organizações praticantes do marketing e comunicação empresarial estão, a todo o momento, monitorando o mercado em busca de novas descobertas e nichos que possibilitem sua expansão e crescimento, seja em obter novos produtos ou ter uma relação perfeita entre compradores X fornecedores. Os compradores têm papel extremamente importante nas decisões de compras, pois são como pesquisadores natos que influenciam nas compras de produtos da companhia x que vão agregar a novos produtos criados pela companhia Y.

A flexibilidade e agilidade para integrar-se individualmente a cada cliente seriam os dois principais diferenciais para transmitir maior valor agregado aos compradores nos quesitos operacionais, sem contar o novo conceito de strategic sourcing[1] que está se revelando cada vez mais atraente para muitas das empresas, uma vez que elas estão descobrindo que são utilizadas várias práticas para a escolha de fornecedores dentro de própria organização para que o comprador atue.

Os fornecedores são avaliados com base no desempenho e nas condições de seus contratos. Em um sistema baseado em documentos em papel, alguns gerentes de compras podem manter anotações sobre o desempenho dos fornecedores em um banco de dados. As interações com fornecedores não devem se limitar ao gerente de compras. Numa empresa de sistema de controle, por exemplo, os engenheiros do fornecedor podem colaborar com os engenheiros do fabricante de um determinado projeto com componentes agregados. O nível de desempenho do fornecedor nestes casos depende de três coisas: benchmarks pré-definidos, a disposição dos engenheiros do fabricante de relatar o desempenho do fornecedor, e a comunicação entre o departamento de engenharia e o departamento de compras do fabricante. Se qualquer um destes elementos estiver ausente, a avaliação do fornecedor será, na melhor das hipóteses, de utilidade marginal. Geralmente os compradores e vendedores técnicos firmam um acordo de criação e execução de um projeto e trabalham em paralelo para a finalização do projeto, fechando um ciclo de compras técnicas.

O marketing industrial deixa claro que é importantíssimo identificar o tipo de transação estabelecida entre as empresas alinhavando práticas de B2B e/ou b-to-b/ (business to business), do plano estratégico, das compras em parceria, dos resultados e principalmente fazer a divulgação de todo esse processo no mercado e é de se esperar que isso influencie na maneira com a qual os consumidores interagiam com as empresas e entre si.

Através do marketing e comunicação, juntamente com área comercial, o processo de divulgação dos produtos, serviços e projetos finalizados, começam a ser analisados e verificam-se quais os melhores meios de comunicação para esta divulgação, a mídia segmentada é um forte aliado e comanda uma grande fatia do mercado industrial.

Primeiramente nas empresas produtoras de bens industriais, o marketing é sinônimo dos diferentes mix de comunicação integrada, o que se resume a propagandas em jornais e revistas especializadas, eventos, seminários, palestras, email mídia, além da comunicação interna, etc. Portanto, o ideal é que as organizações fiquem atentas ao seu negócio, para que o seu mercado-alvo que é formado por outras organizações empresariais utilizem os meios de prospecção mais adequados, fortalecendo a sua marca adequadamente.

4. COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

As empresas industriais têm descoberto que manter posição lucrativa e sustentável no mercado, conservando uma postura voltada para si mesma, está se tornando cada vez mais difícil. As estratégias de liderança de custo e diferenciação de produtos já não são tão eficientes, as vantagens proporcionadas por essas estratégias tendem a ser temporárias, principalmente em mercados dominados por concorrentes globais, como em companhias de automação e controle. O mundo empresarial tem suas estratégias e métodos de trabalho, valorizando cada vez mais a informação como canal para suas investidas no mercado. A Comunicação Corporativa é considerada ferramenta fundamental para o desenvolvimento e o crescimento de qualquer organização, funcionando como um elo entre a comunidade e o mercado. E uma Comunicação eficiente traz resultados que podem ser medidos no faturamento da empresa. É nesse sentido que Francisco Viana (2001) avalia o seguinte:

“Quando uma empresa faz um plano de Comunicação ela se dispõe a olhar para ela mesma, os concorrentes e o contexto em que atua. Com o tempo, sob a pressão dos concorrentes e as exigências do público, ela se torna outra empresa para si mesma. Isso é que irá determinar sua renovação ou envelhecimento.” (FRANCISCO VIANA, 2001, pg 175)

As empresas têm adotado a Comunicação Integrada, que envolve diversas ações analisadas e planejadas em conjunto. Para trabalhar a imagem do cliente por meio da Comunicação Integrada é necessário um plano estratégico. E para tal, deve ser realizado um diagnóstico da empresa. Não existem receitas ou fórmulas prontas que possam ser aplicadas nas diversas organizações. Cada planejamento deve ser exclusivo, pois as empresas apresentam peculiaridades que influenciam o processo de Comunicação.

Acredita-se que as empresas no mercado industrial em Automação e Controle investem muito com comunicação para a conquista novos clientes. Há, porém, aquelas que simplesmente se comunicam de maneira tradicional sem o intuito de inovar ou criar situações experimentais para o crescimento do Marketing Share.

No caso do mercado industrial, a ferramenta chamada comunicação empresarial se compõe de propaganda e publicidade, feiras eventos de negócios, rodada de negócios, seminários, palestras, endomarketing, identidade corporativa e visual, promoções e merchandising, ações de responsabilidade social, extremo relacionamento com a imprensa e, certamente, presença na internet. Estudos mostram que além de todo o mix de comunicação, a venda técnica tem fator crucial nesta jornada, ou seja, o vendedor técnico lida com clientes/empresas e requer habilidades diferentes do que os clientes organizacionais. Ele é o ator principal dentro de uma empresa industrial, sendo o mix de comunicação, o ator coadjuvante.

Kotler (1980) relata que a convicção do cliente é grandemente influenciada primeiramente pela venda pessoal, seguida pela propaganda. Além disso, em qualquer empresa as marcas têm seu valor e são reconhecidas no mercado em função de serem construídas de forma holística, pela ação simultânea e sinérgica das várias ferramentas do marketing. Isso acaba fazendo com que a empresa seja especial e única, tornando um dos fatores principais na comunicação de seus produtos, serviços e se diferenciar frente aos concorrentes.

Conseguimos entender melhor a direção sobre a escala de importância dos instrumentos de comunicação e vendas para alinhar aos objetivos propostos da comunicação empresarial.

4.1 – A Comunicação Empresarial nas Indústrias

Para se ter uma idéia mais concreta, foi utilizada a pesquisa de campo quantitativa, que neste caso é mais adequada para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados, pois utiliza instrumentos padronizados (questionários).

A pesquisa de campo, por sua vez, possibilitou a obtenção de informações para comprovação das hipóteses levantadas ou a descoberta de novos fenômenos sobre o conhecimento das empresas sobre a comunicação. Foram aplicados questionários em uma amostra de pessoas pré-determinadas dentro do segmento de empresas de automação e controle a fim de obter informações diretas sobre o que eles pensam sobre o assunto, opiniões, impressões, etc.

4.2 – Resultados

A população objeto da pesquisa foi representada pelo total de clientes ativos do segmento empresarial na área de automação e controle, numa totalidade representada por 35 empresas com 110 respostas.

Visando facilitar a análise e resumir, de modo compreensivo, os resultados obtidos na pesquisa, no segmento empresarial, levaram-se em consideração apenas as informações relevantes nas tabelas apresentadas para o resultado do estudo.

A pesquisa de campo foi realizada entre várias empresas da área de automação e controle em vários segmentos, como: Sistemas de Controle, OEM´s, Pneumática, Siderúrgica, Petroquímica, etc. Obtivemos um retorno de 110 respostas e em relação à tabela 2, observou-se que do total das empresas pesquisadas, 100% são empresas na área de automação e controle e estão no estado de São Paulo e que 54% tem entre 50 e 100 funcionários, enquanto outros 18% estão com mais de 500. Observa-se também que a maioria das empresas com 72% estão no mercado por volta 26 e 50 anos.

Verificou-se também que 73% das respostas foram masculinas e 27% foram femininas e que 46% dos entrevistados são graduados, 27% pós-graduados e a minoria com 9%, tem apenas o 2º grau completo.

Observa-se que existe uma forte tendência do segmento no que se refere a trabalhar apenas com departamento de marketing e não com serviços terceirizados de agência de propaganda, pois, no universo de entrevistados, 100% possuem departamento de marketing ativo e apenas 18% trabalham com agência de propaganda.

Embora se constate o fato de que 45% dos clientes possuam verba destina para a comunicação da empresa, girando entre 100 mil e 700 mil reais, pode-se verificar que 72% desta verba são destinadas para feiras, eventos e seminários. Isso comprova que a tendência das indústrias de automação e controle no mercado industrial investe desta maneira para a fixação a marca e estratégias de marketing, enquanto apenas 27% investem em material impresso e marketing on line.

Outras observações foram inseridas nas respostas, com o fato de que a comunicação nas empresas não pode se resumir a um único item deve-se englobar todo tipo de comunicação como: propaganda, marketing e feiras, revistas especializadas, pois é o acesso direto ao usuário e fonte de consulta. Também mostra que a participação em feiras e eventos seja a maneira mais eficiente e eficaz, permitindo que os clientes “visitem” as empresas em tempo real, cria-se a possibilidade do cliente entender melhor sobre o que as empresas fazem, como atuam, quais os benefícios dos produtos e serviços, etc., servindo com feedback para as próximas estratégias da companhia.

Em outras respostas dissertativas, observa-se que as empresas acreditam na comunicação como item de extrema importância, pois desenvolve um papel fundamental na comunicação com o público interno e externo.

A pesquisa concluída nos mostra que a grande preocupação das companhias é zelar pela identidade e imagem corporativa, pela marca da empresa, pela sua fixação no mercado, no relacionamento com seus funcionários, com a sociedade, com os clientes, compradores e fornecedores, demonstrando a transparência que a empresa vive em seu nicho de mercado, criando uma sinergia entre todos para o aperfeiçoamento e excelência na qualidade de trabalho.

Vê-se como algo de grande importância, não só para geração de negócios, mas também para criar e difundir novas ideias quanto á responsabilidade profissional, ética e conduta, bem como para gerar fatos relativos às descobertas tecnológicas. Há também empresas que observam a estreita relação de relacionamento com o cliente, ou seja, a indicação, a propaganda boca a boca, as visitas e apresentações técnicas.

5. CONCLUSÃO

Algumas considerações e recomendações para o marketing empresarial brasileiro dentro de companhias do segmento de automação e controle são levadas em conta como o ambiente externo, o marketing estratégico e operacional, o sistema de informação, os produtos e serviços industriais, logística, cadeia de suprimentos e a venda industrial. O vendedor técnico é um importante elo comunicador entre a empresa e o mercado, mas geralmente dentro de uma empresa industrial como a que estamos citando, distribui-se 40% para as forças de vendas, e o restante 60% dividido entre propaganda, publicidade, feiras, eventos, relações públicas e assessoria de imprensa.

A comunicação industrial desempenha um papel de relevo, integrando os esforços de vendas, criando uma consciência, compreensão, legitimidade para os produtos e serviços industriais. No mercado competitivo de hoje, os clientes estão cada vez mais exigentes e várias empresas travam uma disputa para sair à frente e atender a estas exigências. Aquelas que não se encaixarem neste perfil correm o risco de perderem sua fatia no mercado.

Conseguimos observar e concluir, que a força de vendas em absorver as opiniões dos clientes é uma estratégia cuidadosamente planejada e deve ser executável de imediato após suas percepções, pois permite que se poupe tempo e dinheiro, evitando cultivar mercados não atrativos, desenvolver programas de marketing ineficientes e colher resultados decepcionantes. Todas as informações e ferramentas de comunicação devem estar disponíveis de forma integrada, sejam elas, voltadas ao público alvo interno ou externo, pois é o verdadeiro sustentáculo dos negócios para alcançar excelentes resultados. Conseguimos visualizar então, que a maturidade do Marketing Industrial depende da soma do retorno das informações do cliente, junto à tecnologia e comunicação, tornando-se fato crucial para os resultados positivos da estratégia traçada.

Com isso, podemos concluir que a Comunicação Industrial é uma área estratégica de resultados, que representa a aplicação de novos esforços e injeção constantemente de novas informações no mercado em conjunto com os clientes. Informação aliada à tecnologia e criatividade, são os pilares de uma comunicação empresarial com excelência, sem contar os profissionais envolvidos, que se tornam os verdadeiros responsáveis pelo sucesso das organizações.

AGRADECIMENTOS

Agradecimentos a Faculdades Anhanguera de Campinas - Unidade 3, pela realização deste curso. A todos os professores e coordenadores que ministraram o curso, pelos generosos ensinamentos e contribuição de inestimável valor em minha vida pessoal e profissional. A todos meus amigos de coração que fazem parte da minha e aos amigos do curso pelo incentivo e apoio. Aos meus colegas de trabalho pela força e presença que me fez crer e voltar aos estudos.

Em especial a DEUS e aos meus pais, Eni Alabi e Aurora Rodrigues Alabi, pela minha vida, bênçãos, pelos princípios e ensinamentos que guiaram minha educação. A minha irmã Carla Andréa Alabi e minha sobrinha Juliana Alabi pelo apoio, carinho, discussão, compreensão e paciência. De todo meu coração, agradeço a todos aqui citados.

Referências Bibliográficas

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NEI.COM..BR: O portal da Revista NEI. marca-tema complexo, permanente, indispensável . Out/2008. http://www.nei.com.br/artigos/verArtigo.aspx?id=74>. Acesso em: 14 fevereiro 2009.

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MOREIRA, José Carlos. Revista Marketing Industrial, 2004, Edição: 25.

REVISTA AMANHÃ – Ed. 197, Abril de 2004

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SOUZA, Francisco A. Madia. Marketing Pleno, ed. Maron Books, 1999.

VIANA, Francisco. De Cara Com a Midia Comunicacao Corporativa Relacionamento e Cidadania. ed. Negócio Editora, 2001

ANEXOS

strategic sourcing - Processo estratégico de escolha de fornecedores dentro das empresas. È uma metodologia aplicada às áreas de suprimentos em que se analisa profundamente o custo total de aquisição de cada família de produtos ou serviços através do mapeamento, entendimento e avaliação das especificações dos materiais, níveis de serviço e do mercado fornecedor.

Marketing Share - A expressão tem como tradução participação no mercado e designa a fatia de mercado detida por uma organização. Sua medida quantifica em porcentagem a quantidade do mercado dominado por uma empresa. Divide-se o número total de unidades que a empresa vendeu pelo total de unidades vendidas no segmento em que a empresa atua. O valor pode ser obtido ainda da divisão do valor total em vendas da empresa pelo valor total em vendas do segmento. O valor de um produto ou serviço as vezes aumenta exponencialmente com o market share, pois quanto mais útil ele se torna, mais essencial será para os consumidores ou comunidades de usuário. Porém, esta equação nem sempre é verdadeira, principalmente quando analisamos mercados regidos por uma política de guerra de preços. Como Kotler (2000) afirma, se as vendas de determinada empresa crescerem 5 por cento ao ano, mas as vendas do setor crescerem 10 por cento ao ano, a empresa estarão perdendo participação no mercado, pois não estará conseguindo acompanhar o crescimento setorial.

Alessandra Alabi é Especialista em Comunicação e Marketing Corporativo. Formada em Comunicação Social - PUC Campinas. MBA - Marketing e Vendas - Unianhanguera - Campinas - SP