O que falta no nosso modelo de gestão empresarial é combatividade
Por Ivan Postigo
12/10/2009

Diz o noticiário de tempos em tempos que as maiores empresas norte-americanas com negócios no Brasil, apesar de voltarem a ganhar dinheiro não planejam investimentos substanciais em nosso mercado e mostram nítida preferência por paises asiáticos , China e Índia , onde os resultados são substancialmente maiores.
Outras notícias mostram que o Chile tem interesse em acordos de livre comércio com a China e está sempre de olho nos mercados do Japão e Índia.
O adiamento de um crescimento sustentado vai tornar o Brasil um país inviável pela queda de representatividade de seu PIB frente a uma economia globalizada, pelo sucateamento do parque industrial, pela baixa qualidade dos produtos frente a novas tecnologias .
Um país com estradas e porto precários ,que provocam atrasos nas entregas dos pedidos , com produtos tecnologicamente defasados , com altos custos , não pode pretender ser competitivo no mercado internacional.
Isto pode parecer apenas manchetes estampadas em nossos jornais, contudo essa é a realidade de nosso mercado , a qual não é percebida em sua totalidade pela paralisia que vivemos há anos.
Representar as empresas junto ao governo , discutindo a carga tributária, as altíssimas taxas de juros, os problemas de infra-estrutura , é papel dos sindicatos e associações de classe , os quais exigem a participação de nossos empreendedores para uma discussão ampla já , contudo há temas internos que precisam ser tratados e estão ao alcance dos gestores para ação imediata .
Produtividade é um tema que discutimos , mas temos que praticá-lo . O debate e avaliação de nossa produtividade tem que ser diário . Metas de melhoria e crescimento tem que ser estrategicamente estabelecidas, atribuições aos colaboradores tem que ser delegadas e seu acompanhamento efetivamente realizado .
Rentabilidade do capital investido nas empresas tem que fazer parte nossos debates diários. A forma como produzimos , a forma como alocamos a mão-de-obra nas empresas , os métodos de trabalho que usamos , os mercados em que os produtos são colocados , a forma como são vendidos , são aspectos que influenciam a lucratividade de nossas empresas e a rentabilidade do capital aplicado.
Esses temas são acessíveis a todos os gestores , contudo o que nos falta é o exercício e o debate .
Planejar , controlar, debater , questionar , reivindicar, nos leva a sermos mais combativos , seja nas questões internas das empresas , seja na abertura de novos mercados.
As dificuldades que enfrentamos para competir no mercado externo nos coloca frente às nossas ineficiências , em cheque com nossa cultura na solução de problemas , da morosidade de tomada de decisão .
Nossas empresas não podem viver apenas de alguns bons momentos de mercado , de bolhas de consumo , desenvolvendo um mercantilismo ponto-a-ponto, é preciso um plano estratégico de atendimento ao mercado, de exploração de oportunidades e de crescimento sustentado.
Encontramos no país ilhas de excelência onde se destacam empresas, regiões e ou segmentos de negócios, então temos que usar a máxima de mercado :”Se alguém pode fazer , então todos podem”.
Aprender com modelos vencedores , abrir debates sobre eficiências e ineficiências é a única maneira de tornar as nossas empresas competitivas e fazer com que o mercado brasileiro seja atrativo ao capital externo.
Sem uma radical e efetiva mudança de comportamento , sem profundos e imediatos debates , muitas empresas não só deixarão de competir pela “ medalha de ouro ” como estarão fora das próximas “ olimpíadas “ de mercado.

Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP. Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas e diretor da Postigo Consultoria de Gestão Empresarial - Fones (11) 4526 1197 / ( 11 ) 9645 4652
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