A Vingança do cliente
Por Reginaldo Rodrigues
20/05/2010
Ressaltar a importância da criação de estratégias que valorizem o cliente pode parecer redundante, mas nunca é demais abordar o tema, ainda mais em tempos difíceis. A verdade é que nós da mídia somos (ir) responsáveis pela difusão interna de crises sempre que acontece algum tremor econômico no exterior, e raramente isso nos afeta de maneira significativa. Fica a impressão de que existe uma torcida coletiva para que algo dê errado embora o país já tenha dado mostras de que está preparado para os embates. Menciono isso por que nenhum dos clientes para os quais prestamos serviço reclamou de queda nas vendas devido à última crise. De qualquer maneira o cliente mais uma vez saiu ganhando. "Se não formos dirigidos pelos nossos clientes, os clientes não dirigirão nossos produtos", afirmou em determinado momento um dos executivos da Ford. Esse trocadilho relacionando o tratamento dado aos consumidores para que adquiram os veículos da montadora mostram exatamente a importância de se cortejar o cliente. Peter Druker, uma das principais referências em Gestão, afirmou que "pensar no cliente é condição necessária para o sucesso da empresa". Para ele a função principal da empresa é criar clientes. Com isso temos promoções o tempo todo em vários segmentos do mercado varejista. Vemos no setor de eletrodomésticos, por exemplo, saldões que tradicionalmente aconteciam somente em Janeiro. Produtos sendo vendidos com preços e condições de pagamentos dentro da realidade do cliente, apesar dos juros sempre embutidos. Descontos significativos nas compras à vista, brindes e serviços diferenciados também são frequentes. O tão difundido conceito "mais por menos" alusivo à relação empresa cliente nunca esteve tão em alta. Mas será que o consumidor não está abusando de todas essas facilidades? Recebi, mais uma vez esta semana, um e-mail bem humorado que nos dá uma noção da atual postura do cliente. O interessante é que a história tida como verdadeira, a cada vez vem de localidades diferentes. Certa ocasião os personagens tinham inclusive nomes. Coisas da internet, mas alguém criou. Eis o conteúdo:
PREZADOS SENHORES,
Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias. Sei que não estou em dia com meus pagamentos. Acontece que devo também em várias outras lojas e todos esperam pacientemente que eu lhes pague. Contudo meus rendimentos mensais só permitem que eu pague duas prestações a cada mês. As outras ficam para o mês seguinte. Estejam cientes que não sou injusto, daquele que prefere pagar esta ou aquela empresa em detrimento das demais. Não! Por isso mensalmente adoto o critério do sorteio. Todos os meses quando recebo meu ordenado escrevo os nomes de todos os meus credores em pedaços de papel, enrolo e coloco dentro de uma caixinha. Depois olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os dois "sortudos" que irão receber meu rico dinheirinho. Os outros, paciência, ficam para o mês seguinte. Afirmo aos Senhores, com toda a certeza que o nome da sua empresa vem constando todos os meses na minha caixinha. Se não os paguei ainda, é porque os senhores estão com pouca sorte. Finalmente, faço-lhes uma advertência: se os Senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a excluir o nome de vossa empresa dos meus sorteios mensais....
Para rir sim, a cada vez que leio dou ótimas gargalhadas e imagino todos os clientes que são mal tratados, vingados. Mas cabe uma análise mais criteriosa da situação.
Leia a Série inteira deste artigo, aqui:
Prazer, eu sou o cliente
Sem Prazer, eu sou o cliente
Continuo Sem Prazer, eu sou o cliente
Vingança do cliente, A
Reginaldo Rodrigues é Graduado em Comunicação Social com Pós em Gestão Estratégica em Marketing - Palestrante e Consultor - Blog: reginaldorodrigues100.blogspot.com - Twitter: twitter.com/reginaldorod - Site: www.rcem.com.br
Por Reginaldo Rodrigues
20/05/2010
Ressaltar a importância da criação de estratégias que valorizem o cliente pode parecer redundante, mas nunca é demais abordar o tema, ainda mais em tempos difíceis. A verdade é que nós da mídia somos (ir) responsáveis pela difusão interna de crises sempre que acontece algum tremor econômico no exterior, e raramente isso nos afeta de maneira significativa. Fica a impressão de que existe uma torcida coletiva para que algo dê errado embora o país já tenha dado mostras de que está preparado para os embates. Menciono isso por que nenhum dos clientes para os quais prestamos serviço reclamou de queda nas vendas devido à última crise. De qualquer maneira o cliente mais uma vez saiu ganhando. "Se não formos dirigidos pelos nossos clientes, os clientes não dirigirão nossos produtos", afirmou em determinado momento um dos executivos da Ford. Esse trocadilho relacionando o tratamento dado aos consumidores para que adquiram os veículos da montadora mostram exatamente a importância de se cortejar o cliente. Peter Druker, uma das principais referências em Gestão, afirmou que "pensar no cliente é condição necessária para o sucesso da empresa". Para ele a função principal da empresa é criar clientes. Com isso temos promoções o tempo todo em vários segmentos do mercado varejista. Vemos no setor de eletrodomésticos, por exemplo, saldões que tradicionalmente aconteciam somente em Janeiro. Produtos sendo vendidos com preços e condições de pagamentos dentro da realidade do cliente, apesar dos juros sempre embutidos. Descontos significativos nas compras à vista, brindes e serviços diferenciados também são frequentes. O tão difundido conceito "mais por menos" alusivo à relação empresa cliente nunca esteve tão em alta. Mas será que o consumidor não está abusando de todas essas facilidades? Recebi, mais uma vez esta semana, um e-mail bem humorado que nos dá uma noção da atual postura do cliente. O interessante é que a história tida como verdadeira, a cada vez vem de localidades diferentes. Certa ocasião os personagens tinham inclusive nomes. Coisas da internet, mas alguém criou. Eis o conteúdo:
PREZADOS SENHORES,
Esta é a oitava carta jurídica de cobrança que recebo de Vossas Senhorias. Sei que não estou em dia com meus pagamentos. Acontece que devo também em várias outras lojas e todos esperam pacientemente que eu lhes pague. Contudo meus rendimentos mensais só permitem que eu pague duas prestações a cada mês. As outras ficam para o mês seguinte. Estejam cientes que não sou injusto, daquele que prefere pagar esta ou aquela empresa em detrimento das demais. Não! Por isso mensalmente adoto o critério do sorteio. Todos os meses quando recebo meu ordenado escrevo os nomes de todos os meus credores em pedaços de papel, enrolo e coloco dentro de uma caixinha. Depois olhando para o outro lado, retiro dois papéis, que são os dois "sortudos" que irão receber meu rico dinheirinho. Os outros, paciência, ficam para o mês seguinte. Afirmo aos Senhores, com toda a certeza que o nome da sua empresa vem constando todos os meses na minha caixinha. Se não os paguei ainda, é porque os senhores estão com pouca sorte. Finalmente, faço-lhes uma advertência: se os Senhores continuarem com essa mania de me enviar cartas de cobrança ameaçadoras e insolentes, como a última que recebi, serei obrigado a excluir o nome de vossa empresa dos meus sorteios mensais....
Para rir sim, a cada vez que leio dou ótimas gargalhadas e imagino todos os clientes que são mal tratados, vingados. Mas cabe uma análise mais criteriosa da situação.
Leia a Série inteira deste artigo, aqui:
Prazer, eu sou o cliente
Sem Prazer, eu sou o cliente
Continuo Sem Prazer, eu sou o cliente
Vingança do cliente, A
Reginaldo Rodrigues é Graduado em Comunicação Social com Pós em Gestão Estratégica em Marketing - Palestrante e Consultor - Blog: reginaldorodrigues100.blogspot.com - Twitter: twitter.com/reginaldorod - Site: www.rcem.com.br