3 Coisas que você precisa saber sobre
relacionamento
Por Jorge Barros
24/02/2014
Relacionamento é um tema que sempre me
interessou, mas nunca havia me
aprofundado. Recentemente comecei a
estudar e percebi grande carência pela
própria definição do termo ou do
conceito sobre o que significa “relação”
ou “relacionamento”. E olha que
pesquisei bastante! Parece que a maioria
dos autores não se preocupou em definir
o que se entende por relações pelo
simples fato de os seres humanos serem
classificados como animais sociais tanto
pela psicologia quanto pela antropologia
ou sociologia. Bowlby diz que todo ser
humano é caracterizado por manter
vínculos desde o nascimento até a morte.
É como se “relacionamento” fosse algo
tão inseparável do ser humano, que nem
precisasse de explicação, pois já está
implícita a noção de que o conceito é
claro o bastante. Mas será que é mesmo?
Pesquisando um pouco, descobri alguns
fatores interessantes para caracterizar
o que é uma relação e, inclusive,
percebi que nem tudo o que eu chamava de
relacionamento é realmente um
relacionamento.
1) Relação não é interação
A primeira característica com que me
deparei é que nem toda interação é uma
relação. A relação (ao contrário da
interação) se estende no tempo. Ela
tende ao longo prazo. Embora um
relacionamento costume ser composto por
uma série de interações, a relação em si
extrapola estas interações, pois engloba
todo o contexto onde elas estão
inseridas. Mais do que interação, o
relacionamento provoca a
interdependência entre os envolvidos.
Isto quer dizer que não posso afirmar
que me relaciono com todos com quem
interajo.
2) Sem reciprocidade não há relação
A segunda característica que constatei é
que a relação acontece quando existe um
comprometimento recíproco entre os
envolvidos. Ou seja, não é possível
denominar “relacionamento” a situação de
comprometimento unilateral. Seja qual
for o tipo de relação – entre cônjuges,
colegas, parceiros, clientes,
fornecedores – ela só pode ser, de fato,
chamada de relação quando há
reciprocidade e comprometimento
bilateral com foco em benefícios mútuos.
Neste ponto diversos autores convergem.
A maioria associa o relacionamento à
correspondência de pensamento mútuo e à
capacidade adaptativa, a habilidade de
se ajustar à contraparte.
3) Relação tem conflito
A terceira e mais curiosa característica
que eu percebi é que todo relacionamento
é um misto de conflito e cooperação.
Isso mesmo! Se você está dentro de uma
relação, saiba que é preciso prever
conflitos, fazem parte. Algumas
abordagens sugerem que o início de todo
relacionamento prevê maior nível de
conflito e que, à medida que evolui, a
relação se torna mais cooperativa e
menos competitiva graças ao
comportamento e à atitude favorável de
cada envolvido interessado em sua
preservação. Outros autores rejeitam
esta ideia e afirmam que as relações são
compostas por diversos avanços e recuos
e que raramente acontecem em fases ou de
forma linear, podendo ter mais ou menos
conflitos a qualquer momento.
Seja como for, acredite: em alguns
casos, o conflito pode ser até saudável.
Gosto muito daquela lei da física que
diz: “onde não há atrito não há
movimento”. Às vezes, os conflitos, as
discordâncias, os diferentes pontos de
vista são os elementos que nos fazem
evoluir, crescer, inovar e fortalecer o
relacionamento.
Jorge Barros é especialista em
marketing, formado em Gestão de Negócios
pela Unesp e pós-graduado em
Administração de Serviços pela USP. Foi
gerente de marketing e eventos da
revista Publish, coordenador de eventos
da ABTG e atua no marketing digital e de
relacionamento da Bridge, na prestação
serviços e soluções em desenvolvimento
humano.