Cultura Estratégica
Por Reinaldo Müller
24/01/2011
As teorias e ferramentas tradicionais de gerenciamento empresarial
já não são tão suficientes para controlar “as forças que regem o
sistema de causa e efeito num negócio“. Tantas são as variáveis,
fruto das circunstâncias, que precisamos de armas mais contundentes.
As Estratégias aliadas à uma Cultura de Valor, podem amplificar a
eficácia das organizações empresariais. Quando se oferece aos
clientes mais Valor, melhores serviços, melhores produtos,
conquistamos Fãs ao invés de simples clientes. Criamos um Clube
especial de consumidores (vide Harley-Davidson). As empresas
precisam abandonar a postura tradicional e as velhas práticas e
buscar a nova dimensão que o conceito de VALOR adquiriu nos últimos
anos. Ninguém, mais discute que Valor para o cliente é um elemento
determinante nas suas escolhas de consumo. Vejamos o exemplo
irrefutável das Grifes (de roupas, por exemplo) e das marcas
corporativas: NESTLÉ, BMW, IBM, Mercedes-Benz, PETROBRÁS, etc.
Também, precisamos estimular o cliente a investir (ele próprio) numa
experiência vivenciada, personalizada e individualizada. O enfoque é
influenciar a avaliação do cliente em outros sentidos (subjetivos)
para expurgar o critério de consumo do cliente, exclusivamente, pela
ótica financeira. Ex: Em uma viagem à Disneylândia, o preço perderá
a sua importância econômica e a experiência da vivência (emocional)
do cliente ganhará outros significados, aos seus próprios olhos!
Como fazer com que os empresários não pensem somente nos lucros
imediatos e entendam a importância das relações duradouras com os
clientes?
É preciso, antes de tudo, ter humildade e fazer uma profunda
reflexão para buscar adquirir uma conscientização que ultrapasse os
interesses individuais, e busque um horizonte coletivo (afinal, não
é só você que está envolvido no seu Negócio!).
As restrições quanto a investimentos em longo prazo é uma cultura
empresarial brasileira há muito arraigada. Esta conduta torna
evidente o predomínio das empresas multinacionais em nosso País. As
empresas que não criarem Estratégias aliadas a uma Cultura de Valor,
só optando pela rentabilidade em curto prazo estarão se excluindo do
jogo empresarial, ficarão fora da concorrência e estarão alinhadas
às empresas que serão vitimadas pela sua própria entropia
empresarial!
Os empresários precisam compreender que sua empresa não crescerá e
que eles não vão conseguir os resultados financeiros esperados se
não oferecerem aos seus clientes uma proposta de Valor melhor que a
concorrência. Aumentar a receita é produto do fornecimento de um
nível de produto/ serviço, “acima da média“, aos clientes. Para
isto, é fundamental identificar e resolver os problemas estruturais
e organizacionais da empresa para lograr a eficácia de um modelo de
Gestão que seja priorizado por uma Cultura de Valor! O Mercado atual
está caracterizado pela imprevisibilidade. Torna-se impossível
sobreviver sem a criação de Estratégias. É preciso avaliar as
estratégias não só pelos dados e resultados financeiros previstos,
mas, sobretudo, pelas expectativas de Futuro do Negócio, pela
aquisição de experiência e conhecimento, e pelo talento empregado na
criação da estratégia (a “gênese” da idéia original).
No desenvolvimento de uma estratégia a empresa busca uma ação que
rompa a passividade da imprevisibilidade. É por isto, que ao tomar
decisões estratégicas os empresários, “sentem um frio na barriga“.
Por outro lado, elaborar estratégias acanhadas é uma postura mental,
totalmente, errada em um mundo cheio de incertezas. Pesquisas
mostram que as pessoas tentam interpretar situações novas de acordo
com padrões já vistos e tomam medidas com base nas regras básicas,
associadas a estes padrões. A estratégia é uma busca evolutiva por
novos horizontes, portanto: novos padrões! Costumamos buscar
relações lineares entre causa e efeito (numa lógica cartesiana),
mas, num mundo que segue uma trajetória mutável e imprevisível não
podemos agir como Profetas, fazendo previsões e tendo uma postura
passiva diante do Futuro (obviamente, incerto, por sua própria
natureza). Precisamos arriscar novas tentativas, empreendermos novas
ações, trabalhar os fatos presentes, anteciparmo-nos aos
acontecimentos... No epicentro de uma estratégia (já em andamento)
reaprendemos novas posturas, aguçamos nossas mentes, produzimos
novos conhecimentos, vivenciamos fatos ao invés de teorias.
Amadurecemos, crescemos...
A estratégia qualquer que ela seja deve ser vista como uma real
opção!
As empresas podem alcançar vantagem competitiva sem assumir um
compromisso progressista? Teoricamente, só se pode dizer que uma
decisão é estratégica quando a empresa se compromete a fazer
investimentos financeiros sem cobrar garantias imediatas e efetivas
de LUCRO, ou Liquidez!
As estratégias existem para que se promovam mudanças no cenário
atual de uma empresa e para tentar construir novos horizontes de
crescimento. Não devemos esquecer que a atividade empresarial
comporta riscos. Requer ações corajosas e ambiciosas. O nosso Guia é
o bom-senso, a experiência prática, a formação teórica, o
conhecimento da realidade econômico-financeira do País e da empresa,
a visão mercadológica, a percepção de valor, o mapa político da
concorrência, etc. Em síntese, a evolução empresarial passa,
inevitavelmente, pela elaboração de estratégias em um ambiente
imprevisível. Os quadros empresariais de sucesso mostram que as
buscas evolutivas de estratégias geram novas forças empresariais e
novas adaptabilidades à ambientes, em constante evolução. Por meio
da experimentação constante, da exploração de novos caminhos,
poderemos mudar realidades através da combinação efetiva destes
fatores: Estratégias X Cultura de Valor!
O prof. Reinaldo Müller é Consultor de Marketing e Vendas -
Instrutor de Vendas - Especialista em Gerência de Vendas pela
ADVB-SP - Multiplicador de ENDOMARKETING (Planeta Marketing/SP).
Escreve com grande desenvoltura sobre Marketing - Vendas - Gestão e
Administração de Empresas - Filosofia - Psicanálise - Psicologia.
Site: http://wwwreinaldomuller.blogspot.com/