Interface entre Marketing e Redes
por Daniel Portillo Serrano
20/11/2011
No
Último
Século,
a área
de
Marketing
passou
por
diversas
mudanças
(ver
pergunta
1) em
seu foco
e ênfase
de sua
direção.
Atualmente,
se
descreve
a
economia
da
atualidade
como uma
sociedade
em rede.
Redes de
negócios,
apesar
de não
ser um
fato
novo,
apresentaram
um
crescimento
muito
rápido
no seu
número,
forma e
complexidade.
Empresas
imbricadas
em redes
passam a
ter
vantagens
no
mercado
que
antes
não
dispunham.
A
atuação
do
Marketing,
portanto,
está
cada vez
mais
direcionada
à
competição
entre as
redes do
que a
concorrência
entre
empresas.
Apesar
da pouca
literatura
encontrada
a
respeito
da
Atuação
e função
do
Marketing
nas
redes de
empresas.
Essas
duas
áreas
(Marketing
e redes)
em um
nível
genérico
parecem
se
complementar.
O Motivo
é que a
formação
das
redes
contempla
toda a
cadeia
produtiva,
chegando
até o
consumidor
final.
Assim,
uma das
atuais
funções
do
Marketing,
a
relação
da
empresa
com o
mercado,
passa,
também a
ser
atribuída
às redes
entre
empresas.
A
relação
entre
ambos,
no
entanto
não
surge
com
freqüência
na
literatura
sobre
redes.
Ernesto
Giglio
afirma
em um de
seus
artigos
que o
consumidor
não
exerce
um papel
social
reconhecido
nas
redes e
não
existem
estudos
sobre a
gestão
de sua
participação,
por
exemplo,
no
desenvolvimento
de novos
produtos.
A
afirmação
é feita
baseada
em uma
análise
de mais
de 80
artigos
sobre
redes.
Sendo
assim,
surge um
paradoxo
entre
Marketing
e redes:
se cada
vez mais
as redes
entre
empresas
se
agrupam
para
melhor
atender
o
mercado,
por que
o
Marketing
não
surge
com mais
freqüência
na
literatura
sobre
redes?
Alguns
trabalhos
definem
o
Marketing
não mais
como um
departamento
de uma
organização,
mas a
visão do
negócio
pelos
olhos do
consumidor.
Portanto,
a
manutenção
do
relacionamento
com o
mercado
deve
permanecer
independente
se a
organização
atua
isoladamente
ou
imbricada
em uma
rede.
As redes
passam a
obter os
benefícios
de ações
de
Marketing,
que
anteriormente
seriam
inacessíveis,
principalmente
a
pequenas
empresas
que não
disporiam
dos
recursos
necessários,
trabalhando
isoladamente.
O
Relacionamento
é
tratado
de forma
muito
semelhante
entre as
duas
áreas:
Marketing
e redes.
No texto
de
Morgan é
Hunt são
abordados
dois
fatores
que
determinam
o
sucesso
(ou não)
de um
relacionamento
em rede:
o
comprometimento
e a
confiança
como
itens
centrais
da rede,
ao
contrário
da
teoria
de
Thorelli
que
coloca o
poder
como
conceito
central.
Para
Morgan e
Hunt há
dois
conjuntos
de
fatores
interligados:
as
variáveis
de
entrada
e saída,
mantendo
a
Confiança
e o
comprometimento
como
elos de
ligação.
Quanto
maiores
os
custos
para
algum
ator
deixar a
rede e
maiores
benefícios
do
relacionamento,
tanto
maiores
serão a
aquiescência,
a
vontade
de sair
da rede
e a
cooperação
entre as
partes,
devido
ao
comprometimento.
Da mesma
forma,
quanto
maior
for o
nível de
comunicação
e menor
for o
comportamento
oportunista,
tanto
maior
será o
conflito
funcional
e menor
as
incertezas.
A
cooperação
aumenta
devido
ao
fortalecimento
de
qualquer
um dos
dois
fatores
centrais:
comprometimento
ou
Confiança.
Os
valores
agregados,
também
deverão
influir
positivamente
nos dois
itens.
A visão
do
Marketing
de
Relacionamento,
no
entanto,
não se
opõe à
visão do
Marketing
como
troca.
Nesta
última,
existem
diferenças
entre as
transações
relacionais
e as
discretas.
Enquanto
as
relacionais
ultrapassam
os
limites
do
tempo,
realizadas
com o
foco ao
longo
prazo,
as
discretas
se
caracterizam
pelo
momento,
pouca
interatividade
e
comunicação
limitada.
O quadro
abaixo
mostra
as
principais
diferenças
descritas
por
MacNeil:
Bases de Comparação |
Transações
Discretas |
Transações Relacionais |
Tempo de Troca |
Curta Duração |
Longa Duração |
Número de partes envolvidas |
Duas: Comprador e vendedor |
Normalmente mais de duas partes |
Fontes de Obrigações |
Crenças e costumes |
Promessas feitas além das crenças e costumes |
Satisfação do Cliente |
Limitada ao produto ofertado |
Baseada no produto e serviços agregados |
Expectativas para o Relacionamento |
Conflitos de Interesse e pouca unidade |
Conflitos contrabalançados pela confiança |
Relações Pessoais |
Mínimas |
Comunicação formal e informal |
Cooperação |
Inexistente |
Significativa |
Planejamento |
Enfoca a troca sem antecipação do futuro |
Enfoca o processo de troca com planejamento detalhado para o futuro |
Mensuração do Desempenho |
Pouca Atenção |
Atenção às medidas de todos os aspectos do desempenho |
Poder |
Lei do mais forte |
Interdependência aumenta a aplicação judiciosa na troca do poder |
Daniel Portillo Serrano é Palestrante, Consultor e Professor. Bacharel em Comunicação Social com ênfase em Marketing Pela Universidade Anhembi Morumbi, e pós graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário Ibero-Americano - Unibero, Mestre em Administração de Empresas pela Universidade Paulista - UNIP. É consultor de Marketing e Comportamento do Consumidor e editor dos sites Portal do Marketing e Portal da Psique . Tem atuado como principal executivo de Vendas e Marketing em diversas empresas do ramo Eletroeletrônico, Telecomunicações e Informática. É professor de Marketing, Administração, Estratégia, Comportamento do Consumidor e Planejamento em cursos universitários de graduação e pós-graduação. Contato: daniel@portaldomarketing.com.br .