Tendências do Marketing Digital
Por Sandra Turchi
21/07/2010
Dada a relevância que a internet passou
a ter na vida das pessoas e das
empresas, sendo que mais de 20% da
população mundial está online, via
computador ou celular, e somente por
este último meio foram realizadas mais
de três bilhões de vendas no mundo,
tornou-se fundamental para as empresas
que buscam obter sucesso em suas
respectivas áreas acompanhar os passos
online dos seus clientes e conhecer seus
hábitos de compra.
Uma das principais mudanças já
observadas diz respeito àquilo que se
habituou chamar de “inversão” do vetor
de marketing, principalmente devido aos
buscadores na web, pois hoje, quase
todas as compras são, de alguma forma,
influenciadas pela internet, seja para
pesquisas de preços, para conhecer o
produto ou saber a opinião dos outros
antes da compra, seja para realizar a
compra propriamente dita, online ou no
varejo tradicional, mas a pesquisa
estará nas mãos do consumidor. Essa é,
portanto, uma das primeiras tendências a
se destacar: se sua empresa não for
encontrada, ela não existe! Com isso
muitas redes têm investido no modelo
multicanal para atender diferentes
públicos. Essas soluções são apropriadas
para reduzir o temor que alguns
consumidores podem apresentar com as
compras na rede.
Outra tendência, voltando à questão do
conhecimento do internauta, é a
utilização de ferramentas que
possibilitam diversos tipos de
pesquisas, desde as básicas, como saber
as páginas visitadas e o tempo gasto
pelo seu cliente no portal da empresa –
o que poderá lhe trazer informações que
indicam se o processo de informações e
vendas está realmente adequado ou se é
necessário realizar um estudo de
usabilidade para torná-lo mais
intuitivo, por exemplo.
Outra tendência, alinhada a esta, mas
com um funcionamento diferente é a
concessão ou venda, a preços módicos, de
novos aplicativos para celulares,
baseados no uso de GPS, com os quais o
usuário pode personalizar seu aparelho,
mas em troca a essa “aparente”
gratuidade ele estará fornecendo aquilo
que há de mais valioso no mundo digital:
“informação”. Com isso ele passa a
fornecer dados sobre seus horários,
trajeto, local de trabalho e casa,
enfim, informações que podem ser
utilizadas para posteriormente lhe
oferecerem desde empreendimentos
imobiliários na região até bares e
restaurantes badalados no momento.
Além desses dados coletados via GPS há
também o acompanhamento que empresas
como o Google já fazem há algum tempo,
analisando a forma como são usados seus
diversos produtos, como email, buscador,
etc, também para oferecer algo que é
condizente com o que “coincidentemente”
se está buscando naquele momento.
O que o fundador Greg Skibiski da
empresa Sense, de pesquisas nessa área,
cita é que “não se precisa saber o que
as pessoas pensam. Só o que elas fazem.”
O que isso tudo quer dizer? Em primeiro
lugar “informação é fundamental” e em
segundo é que esse maior conhecimento de
hábitos possibilita às empresas levarem
uma oferta mais personalizada e adequada
às necessidades dos seus clientes,
gerando menor dispersão e maiores
chances de atingirem seus objetivos.
Para alguns consumidores isso pode
parecer simpático, sendo que para
outros, será considerado invasivo, pois
ainda estão sendo definidas novas regras
de ética e privacidade.
Mas esse é, sem dúvida, o mundo desejado
para o marketing.
ARTIGO PUBLICADO NA REV. MARKETING JUN
09
Sandra Turchi é graduada pela FEA-USP,
pós-graduada pela FGV-EAESP e MBA pela
Business School São Paulo com
especialização pela Toronto University e
em empreendedorismo pelo Babson College
em Boston.É superintendente de Marketing
da Associação Comercial de São Paulo
(ACSP) instituição que administra o SCPC
(Serviço Central de Proteção ao
Crédito). Site: www.sandraturchi.com.br
- Twitter:
http://twitter.com/SandraTurchi