As Transformações no Trabalho: da Mão de
Obra ao Capital Humano
Por Julio Cesar S. Santos
13/08/2011
O Que Faz Diferença Para Uma
Organização? São os Recursos
Financeiros? Suas Instalações e
Equipamentos? Ou a Tecnologia?
Há menos de cem anos nossos avós
presenciaram o “êxodo rural”, onde a
mão-de-obra operária abandonou as
cidades do interior do Brasil a fim de
arrumarem empregos nos grandes centros
urbanos como Rio de Janeiro, São Paulo,
Belo Horizonte e outras capitais.
A mecanização no campo diminuiu
dramaticamente a necessidade do trabalho
humano, pois atualmente – apenas para
obtermos uma idéia do problema – uma
colheitadeira substitui cerca de cem
“bóias-frias” e aí eles passaram a ser
denominados de “sem-bóias”, parodiando
os “sem-terras”, “sem-tetos” e outros
desprovidos.
Muitos desses avôs acabaram sendo
expulsos do campo e, conseqüentemente,
de “operários da terra” acabaram se
tornando “operários das fábricas” nas
grandes cidades. Mas, quando isso
ocorreu, eles não tiveram muitos
problemas porque a maioria tinha as mãos
fortes, eram obedientes e tinham uma
saúde “de ferro”. Na verdade, era
exatamente isso que bastava tanto para o
dono das terras quanto para os donos das
indústrias.
Naquela época não se exigia deles
melhoria educacional alguma. Eles tinham
consciência de que não estavam sendo
pagos para pensar, pois sabiam cumprir a
rotina das suas obrigações e se
especializaram em tarefas específicas. A
maioria torceu para se aposentar naquele
emprego depois de trinta anos de
trabalho.
Mas, se os nossos avós estivessem vivos
hoje, eles seriam denominados de
“sem-fábricas”. Aconteceria a eles o que
está acontecendo a milhões de pessoas em
todo o mundo; ou seja, eles seriam
“expulsos” das indústrias, dos comércios
e das empresas de serviços em função das
falências, reengenharias, downsizing ou
outras técnicas de Administração
contemporânea.
Para que serviriam hoje suas mãos
fortes, calejadas ou mesmo suas índoles
obedientes? Fugiriam da roça para onde?
Por falta de educação básica adequada
aos novos tempos, existem milhões de
trabalhadores sem destino profissional
no Brasil e no mundo. Diante disso,
perguntamos: - O que está sendo feito
para minimizar esse problema?
Vejo alguns políticos afirmarem que
programas de abertura de “novos
empregos” estão sendo implantados. Mas
sob muitos pontos de vista, políticas
para enfrentar o êxodo industrial só
terão resultados se questionarmos o
modelo em sua essência, pois a melhor
resposta não virá da pergunta: “Como
aumentar o nível de emprego?”. O desafio
é muito maior e a questão é: _ Por que
falta emprego se há tanto trabalho a ser
feito? Por que as empresas não encontram
funcionários que estão procurando? Por
que as pessoas não encontram o trabalho
que desejam?
A melhor resposta só virá das seguintes
perguntas: O que as pessoas estão
fazendo para se qualificarem? Qual é o
nível de sua escolaridade? O que essas
pessoas podem contribuir com seu saber?
Que cursos, conhecimentos e aptidões
elas possuem? Como as empresas podem
aproveitar esse talento?
Vejamos as seguintes questões: _ O faz a
diferença em uma empresa? São as
instalações? Os equipamentos? A
tecnologia? O sistema de gestão? Até a
poucos anos acreditava-se que uma
empresa era um conjunto de recursos
financeiros, materiais e tecnológicos.
Mas, atualmente pode-se afirmar que o
que faz enorme diferença numa empresa
são as pessoas. Ou seja, o Capital
Humano.
São os funcionários preparados, que têm
competências que são qualificados e têm
motivação para trabalhar em equipe. E
exatamente por isso eles têm muito valor
para as organizações, constituindo-se
assim em ótimos ativos para as empresas
– o melhor Capital Humano.
Julio Cesar S. Santos é Professor,
Consultor, Palestrante e Co-Autor do
Livro: "Trabalho e Vida Pessoal - 50
Contos Selecionados". Elaborou o curso
de “Gestão Empresarial” e atualmente
ministra Palestras e Treinamentos Sobre
Marketing, Administração, Técnicas de
Atendimento ao Cliente, Secretariado e
Recursos Humanos. Contatos:
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