A Transição das Empresas Brasileiras e o
Novo Papel dos Executivos
Por Julio Cesar S. Santos
28/03/2012
Quais Foram as Transições Pelas Quais as
Empresas Passaram? Qual o Papel dos
Atuais Executivos Brasil
Até meados dos anos 80 a maioria das
organizações brasileiras era hiper
dimensionada e, muitas dessas empresas,
ainda sobreviviam em função da euforia
consumista da sociedade oriunda dos anos
60 que, teimosamente, persistia nos anos
seguintes.
Mesmo com a crise do petróleo dos anos
70 grandes empresas brasileiras
vacilavam em flexibilizar suas
estruturas organizacionais, embora
algumas delas até cortassem custos em
períodos de recessão econômica.
Mas, tão logo a situação se estabilizava
elas novamente “inchavam” suas fábricas
e escritórios porque acreditavam bastar
forçar o cliente comprar seus produtos
(ou serviços). Ou seja, os consumidores
tinham que se adequar ao gigantismo das
organizações.
Os anos 90 foram marcados como o 1°
período da transição empresarial, pois a
globalização da economia fez as empresas
perceberam que seus mercados não eram
mais cativos e, nesse momento, elas se
conscientizaram de que só tinham uma
saída – cortar “gorduras”.
Então as organizações refizeram
radicalmente seus negócios utilizando-se
de enxugamentos não planejados e, em
conseqüência disso, muitas empresas
acabaram enxergando na Reengenharia uma
oportunidade de cortarem custos
indiscriminadamente – sem culpas.
Porém, essa metralhadora giratória
causou enormes danos às organizações por
se esquecerem que só as idéias podem
surpreender a concorrência, conquistar
mercados ou fornecer criatividade a um
negócio. E as idéias só estão presentes
em mentes talentosas.
Ou seja, no capital humano daí, no
início do século 21 começou-se a avaliar
a importância do fator humano nas
organizações e, em função disso, deu-se
início à 2ª transição empresarial – a
valorização do ser humano.
Liderando equipes, criando soluções
alternativas ou executando ações
estratégicas são os executivos que
proporcionam vida às organizações e, se
o cargo exercido se tornar um suplício
para eles, realizarão apenas atos
mecânicos. E nada mais fora de propósito
nos dias atuais.
Dessa forma, as organizações brasileiras
necessitam de executivos com cabeças
límpidas, tranqüilas e capazes de
oferecer idéias criativas. E tudo isso
só será alcançado através de ambientes
que proporcionem prazer, pois conforme
pesquisa da Manager Assessoria em RH
mais de 65% dos executivos entrevistados
afirmaram que, para se obter maior
produtividade, somente através da
satisfação e do prazer no trabalho.
O tradicional jargão utilizado pelos
executivos de outrora para demonstrar
produtividade (“vestir a camisa da
empresa”) tornou-se ultrapassado, uma
vez que 80% dos executivos entrevistados
desconhecem a sensação de estresse e
apenas 16% não tiraram férias nos
últimos três anos.
Isso significa que eles querem
aproveitar seu tempo livre com a
família, mesmo que tenham que ficar 10
ou 12 horas na empresa. Afinal, qual é o
problema dedicar-se 12 horas por dia
numa atividade prazerosa? – disseram
muitos deles.
Sendo assim, a pesquisa constatou que
após a 2ª transição empresarial o papel
dos executivos mudou em relação às
várias transformações empresariais
ocorridas no Brasil e no mundo.
Hoje em dia os executivos sabem que as
empresas não podem mais lhes garantir
estabilidade no emprego e, conforme a
pesquisa, mais de 62% deles está
consciente de que somente resultados
positivos lhes garantirão alguma
segurança.
A natureza do emprego mudou e o
profissional de hoje sabe que só se
manterá na organização se conseguir
agregar valor aos produtos e serviços
oferecidos pela sua empresa. Por outro
lado, as empresas só conseguirão contar
com talentos se lhes acrescentar
conhecimentos e, dessa forma, a moeda de
troca atual passou a ser o conhecimento.
Tais conhecimentos serão conseguidos
pelos executivos em etapas anteriores de
sua vida profissional, levando-os para
outra organização em melhores condições
de negociação graças a esse conhecimento
adicional, o qual foi proporcionado pelo
seu emprego anterior.
Julio Cesar S. Santos é Professor,
Consultor, Palestrante e Co-Autor do
Livro: "Trabalho e Vida Pessoal - 50
Contos Selecionados". Elaborou o curso
de “Gestão Empresarial” e atualmente
ministra Palestras e Treinamentos Sobre
Marketing, Administração, Técnicas de
Atendimento ao Cliente, Secretariado e
Recursos Humanos. Contatos:
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