06 Dicas para fazer um bom Marketing Pessoal
Por Jorge Barros
04/10/2017
Recentemente, ao conduzir um grupo sob o tema 'Marketing Pessoal',
percebi, durante o levantamento de expectativas, que a maioria dos
participantes vê o 'marketing pessoal' como uma autopromoção, um ato de
se mostrar, de aparecer com interesses nem sempre genuínos, algo
pejorativo ou negativo por ter a função de influenciar outras pessoas a
acreditarem que você é algo que, muitas vezes, você nem é. Confesso que,
quando comecei a pesquisar um pouco mais sobre o tema, também carregava
um certo preconceito e não via muito valor em se desenvolver habilidades
em marketing pessoal. Mas teve um fator que foi fundamental para a
virada de chave na minha cabeça.
Ao descobrir que Marketing Pessoal nada mais é do que a expressão da sua
marca como pessoa tudo mudou. Ou seja, marketing pessoal é a expressão
de essência. Significa expor ao externo aquilo de melhor que você tem
internamente. É olhar para si mesmo para, a partir disto, estimular de
forma positiva as pessoas que estão ao seu redor. É isso mesmo,
Marketing Pessoal é ‘você positivo’. E isso é muito legal. Todo mundo
tem potencial para trazer o melhor de si e influenciar o ambiente de
forma saudável com positividade. E como se consegue isso? Listei 06
dicas abaixo que podem lhe ajudar:
1) Seja Protagonista
Uma das maneiras é protagonizar soluções, ou seja, antecipar-se aos
problemas. Quem não gosta de estar perto de alguém que consegue ajudar a
pensar em alternativas para driblar dificuldades ou ainda enxergar
alguma ameaça que nós não estamos enxergando antes mesmo de um problema
surgir? A proatividade e atitude de dono fazem toda a diferença. Faça a
diferença no espaço onde estiver, proponha soluções, melhore o ambiente.
2) Aja como Líder
Outro comportamento importante a se desenvolver é habilidade de
liderança. E não é preciso ter um cargo ou papel de líder para ter
comportamento de liderança. Isto significa você estimular e inspirar as
pessoas que estão junto a você e, principalmente, ter a capacidade de
compartilhar sua experiência, ensinar e ser um educador. Lembre-se: o
líder é um facilitador, está ali para favorecer as relações, o
engajamento e servir à organização e às pessoas, para que consigam se
desenvolver e alcançar os melhores resultados.
3) Cuide de sua Aparência e Vocabulário
À primeira vista, pode até parecer um pouco fútil este tipo de
recomendação, mas pense no quanto a sua aparência ou forma de se
expressar pode influenciar o ambiente onde você está. Reflita: ‘A forma
como me visto diz o que sobre mim? A forma como eu falo e meu
vocabulário transmite qual ideia de pessoa?’ Isso quer dizer que você
precisa ser formal, diplomata e perder a espontaneidade? Claro que não.
Lembre-se que o conceito é mostrar a sua essência. Então não é preciso
ser outra pessoa nem deixar de ser espontâneo, mas vale ressaltar o
conceito de espontaneidade. Segundo Moreno, a espontaneidade é a
capacidade de responder adequadamente a novas situações, ou adquirir
novas e adequadas condutas a condições antigas. Veja quanta importância
tem o termo “adequado” nesta definição, ou seja, ser espontâneo não
significa agir como bem entender, mas sim de forma adequada a cada
contexto ou situação. Isso, por si só, já ajuda a responder muitas de
nossas dúvidas. Eu não preciso vestir trajes muito formais caso eu
trabalhe em um ambiente informal. Mas, mesmo que o ambiente seja
informal, também sei que no espaço de trabalho geralmente não comporta
roupas que promovam uma imagem erotizada ou vulgar. A mesma coisa em
relação ao vocabulário. Posso ser espontâneo e manter a autenticidade,
mas devo prestar atenção ao interlocutor. Se estou conversando com uma
criança, preciso ter vocabulários que ela conheça. Se estou conversando
com um adulto, uso outra linguagem. No ambiente de trabalho, também devo
utilizar a mesma lógica: posso ter uma linguagem mais coloquial no
almoço com meu colega de trabalho e uma linguagem um pouco mais polida
ou técnica dentro de uma reunião de negócios com membros de diferentes
empresas. É a regra do bom senso. Ainda sobre a expressão verbal, se
está buscando fazer um bom marketing pessoal, é recomendável evitar
gírias, palavrões ou qualquer tipo de menção a algo que não seja claro e
inteligível a todos os participantes da conversa, ou algo que dê margem
para equivocadas interpretações.
4) Seja Pontual
A pontualidade é algo sempre bem vinda, ainda mais quando estamos em
compromissos formais de trabalho. Chegar no horário marcado é uma forma
de demonstrar respeito e interesse pelo outro. Mas, obviamente, estamos
todos sujeitos a imprevistos e pode acontecer algo que nos impeça de
cumprir horário. O que fazer nestas circunstâncias? Simplesmente
desculpe-se e justifique-se de forma sucinta e verdadeira, mostrando que
não faz parte de sua rotina. Fazer desabafos vagos como, por exemplo,
dizer que o trânsito está impossível ou que sua vida está muito corrida,
além de não agregar em nada, ainda pode fazer com que as pessoas o
enxerguem como alguém desorganizado, visto que todos estão sujeitos ao
trânsito e outras intempéries da vida e, nem por isso, se atrasam.
5) Cuide de suas Redes Sociais
O marketing pessoal acontece também quando você não está pessoalmente
diante de outras pessoas. Atualmente, as redes sociais potencializaram
muito aquilo que cada um expressa. Cada vez mais, os RHs têm utilizado
as redes para somar na avaliação de processo seletivo. Vale refletir:
“que tipo de imagem eu transmito a todos da minha rede - colegas,
contatos profissionais, clientes, fornecedores?” Às vezes, o conteúdo
que vai soar divertido para uma parte de meus colegas pode soar ofensivo
para outra parcela. Ainda mais quando se trata de alguns temas polêmicos
como Política, Religião etc. Além disso, a auto exposição, quando
exagerada, pode lhe causar constrangimento futuro. O que fazer? Deixar
de ser quem você é? Claro que não! É possível se posicionar, inclusive
sobre temas como os citados, emitindo sua opinião caso sinta esse
desejo, porém, fazendo de forma adequada, respeitosa e com embasamento.
Mas, caso aquela sua foto na praia não vá lhe deixar confortável diante
das centenas ou milhares de pessoas que estão na sua rede social, é
melhor ponderar. Você tem algumas alternativas. Uma delas é simplesmente
não publicar. Outra alternativa é utilizar os recursos de privacidade
das redes sociais. O Facebook, por exemplo, permite que você categorize
seus amigos por listas. Assim, você pode restringir determinados
conteúdos para alguns contatos.
6) Descubra se Você está na Vida Certa
No entanto, se você percebe que preservar a sua autoimagem significaria
um sacrifício tão grande a ponto de ter que deixar de ser quem você é ou
se privar de muita coisa por receio do que seus contatos (principalmente
profissionais) vão pensar sobre você, vale refletir se você realmente
trabalha com aquilo que combina com você. Lembre-se que, no começo deste
artigo, falamos que marketing pessoal nada mais é do que a expressão da
sua essência como pessoa. Se o esforço estiver muito grande, talvez
esteja levando uma vida muito distante de seu verdadeiro Eu.
Jorge Barros é gerente de marketing do Grupo Bridge, formado em Gestão
de Negócios em TI pela Unesp e pós-graduado em Administração de Serviços
pela USP. Foi gerente de marketing e eventos da revista Publish,
coordenador de eventos da ABTG e ProjetoPack.