Inteligência Profissional
Por Ari Lima
20/09/2010
Existe um conjunto de comportamentos profissionais que devem ser
desenvolvidos, para que um profissional possa obter melhor
desempenho no seu trabalho, e com isto alcançar maior sucesso e
reconhecimento profissional. É o que podemos chamar de "Inteligência
Profissional".
Quando lançou em 1995, o livro "Inteligência Emocional", (Editora
Campos/Elsevier), o psicólogo americano Daniel Goleman já alertava
para a importância e a necessidade das pessoas desenvolverem o QE,
quociente emocional, como forma obterem melhor desempenho em suas
vidas particular e profissional, no lugar de priorizarem apenas o
desenvolvimento do seu QI, quociente de inteligência.
Segundo o psicólogo, o QE, quociente emocional, é um índice que
avalia competências pessoais como:
* Capacidade de auto motivação;
* Estabilidade emocional;
* Autoconfiança;
* Criatividade;
* Comunicação interpessoal;
* Liderança;
* E pro-atividade, entre outras competências.
Portanto, para obter melhor inteligência emocional é necessário que
a pessoa possa desenvolver estas competências citadas.
Em 2006, o autor voltou a publicar outro livro denominado
"Inteligência Social", (Editora Campos/Elsevier), onde expande o
conceito da "Inteligência Emocional" para as relações interpessoais,
mostrando que ser inteligente socialmente é usar todos os recursos
da "inteligência emocional" nas relações interpessoais, de forma a
perceber e interpretar os sinais não verbais do comportamento
humano, e agir com "inteligência social" para obter um melhor
resultado desta interação e alcançar objetivos sociais mais
satisfatórios.
Aspectos relevantes da inteligência social seriam:
* Empatia;
* Captação de sinais não verbais do comportamento humano;
* Harmonia nas relações interpessoais;
* Respeito às emoções e sentimentos alheios;
* Equilíbrio entre competitividade no trabalho e qualidade de vida.
A maior parte destes aspectos comportamentais já havia sido abordada
pelos criadores da Programação Neurolingüistica – PNL, Richard
Bandler e Jonh Grinder, em obras como "Sapos em Príncipes"(1982), e
"Resignificação" (1986), ambas publicadas pela Editora Record.
Segundo a PNL, um processo de comunicação interpessoal se dá através
da linguagem verbal e linguagem não verbal. Sendo que a linguagem
não verbal engloba processos sutis como tom de voz, expressão
facial, postura corporal e metáforas incluídas na comunicação, entre
outros comportamentos. São formas de comunicar pensamentos que
independem de uma decisão consciente, e por isso expressam a verdade
da pessoa que está se comunicando, de forma muito mais real.
Aprender a interpretar a leitura deste tipo de comunicação é
fundamental para compreender o comportamento das pessoas, e, assim,
poder utilizar estas informações de maneira inteligente nas relações
interpessoais.
Em minha experiência empresarial, e como consultor de marketing
pessoal e gestão de carreira, estou reiteradamente confirmando que o
sucesso pessoal e profissional depende tanto de qualidades
relacionadas às inteligências emocional e social, quanto às
competências inerentes à especialização do profissional.
O somatório destas competências, "Inteligência Emocional",
"Inteligência Social" e "Competência Técnica" conjugados e
direcionados para um melhor desempenho profissional poderia ser
chamado de "Inteligência Profissional".
As principais características da inteligência profissional são:
* Desenvolver competência técnica em setores essenciais de suas
funções profissionais;
* Desenvolver sua inteligência social para conquistar o apoio de
colaboradores no desempenho de suas funções;
* Desenvolver sua inteligência emocional para otimizar seu próprio
desempenho profissional.
Por isto, sustentamos que um profissional para ser bem sucedido
precisa desenvolver, além da competência em sua área de
especialização, também sua Inteligência emocional e inteligência
social.
Por exemplo, encontramos diversos tipos de chefias desajustadas às
características e possibilidades profissionais de sua equipe e da
organização, que provocam influências negativas na produtividade do
setor em que atuam.
São chefes centralizadores ou incompetentes, omissos ou paranóicos,
irresponsáveis ou preguiçosos, enfim, profissionais que demonstram
baixo quociente de inteligência profissional. Prejudicam a si
próprios, aos seus colaboradores e a organização em que trabalham.
Também encontramos vários tipos de profissionais com baixo índice de
Inteligência Profissional, que não conseguem construir uma carreira
de sucesso em sua organização, porque lhes falta uma ou várias das
competências necessárias para um desempenho satisfatório. Por vezes,
são capacitados tecnicamente, mas não conseguem trabalhar em equipe,
falta-lhes a inteligência social. Outras vezes, sua carência maior
está no baixo grau de inteligência emocional, pois são pessoas
instáveis, mal humoradas ou desmotivadas.
Vamos apresentar alguns parâmetros que servirão de base para um
profissional avaliar seu grau de inteligência profissional, e também
para a organização avaliar o grau de inteligência profissional de
seus colaboradores.
Pessoas com inteligência profissional apresentam as seguintes
características:
* Estabilizadas emocionalmente;
* Motivadas;
* Boa comunicação interpessoal;
* Bom relacionamento interpessoal,
* Dispensam atenção e interesse aos colegas de trabalho;
* Esforçam-se por trabalhar em equipe;
* Espírito de iniciativa e liderança;
* Conseguem perceber as reações não verbais de colegas de trabalho;
* Têm objetivos pessoais e profissionais definidos;
* Têm um plano de gestão de carreira;
* Têm um plano de marketing pessoal;
* Orientam sua carreira profissional com se fossem uma empresa;
* Orientadas para o sucesso, mas saber conviver com a possibilidade
de eventuais fracassos.
A inteligência profissional é uma nova maneira de pensar nossa
condição profissional. É uma forma inteligente de utilizarmos nosso
raciocínio, competências adquiridas, habilidades natas, força
interior e capacidade de nos relacionarmos com a sociedade de
maneira organizada e com planejamento, para alcançar objetivos
profissionais. Como escrevemos no inicio deste texto, "O sucesso não
ocorre por acaso, ele é resultado de planejamento, preparação e
aproveitamento de oportunidades".
Ari Lima é empresário, engenheiro, consultor em marketing
pessoal e gestão de carreiras e especialista em marketing e
vendas. Desenvolve treinamento em marketing pessoal e
marketing jurídico para profissionais liberais, empresas,
escritórios e estudantes universitários. Ministra cursos,
seminários e palestras realçando o lado prático e funcional
do marketing e escreve artigos diariamente para diversos
sites e revistas. Além de uma sólida formação teórica,
possui 25 anos de experiência prática em gerenciamento e
treinamento de vendedores e de gerentes de vendas, bem como
atendimento a clientes.