A Busca do Homem de um Novo Mundo para a Construção de um Mundo Novo
Por Ivan Postigo
23/01/2011
São incontáveis as migrações do homem para construção de uma nova vida e
um novo lar.
Pobreza, catástrofes, questões raciais, religiosas, oportunidades de
enriquecimento ou uma vida mais tranquila fazem com que homens
atravessem montanhas, mares e oceanos para realizar o sonho.
Formando comunidades ou vivendo isolados, lá estão eles, superando
barreiras geográficas, climas e idiomas para construção de seu mundo
melhor.
A otimista visão nem sempre é realista. Legiões compraram sonhos, na
ânsia de obter sucesso, sem que, esforços para a venda tenham sido
necessários.
Seguindo o arco-íris ou em busca do Eldorado, o homem se aventurou e
criou histórias e lendas.
Em meu primeiro ano na escola, ganhei de presente de minha simpática
professora, Dona Maria José, o livro que contava a história de Fernão
Dias Paes Leme, o Caçador de Esmeraldas.
Talvez tenha sido a história que me retirou dos quadrinhos- na época
liam-se, muito, gibis - para refletir sobre o delírio do homem.
Alguns diriam: - Bobagem, criança não “pensa”!
Pensa sim e grava os fatos.
Sempre gostei muito das histórias do oeste americano, não pelas lutas,
pois as maldades praticadas contra os índios eu não conseguia entender,
mas pela sensação de liberdade que via nas pradarias, nos filmes dos
domingos à tarde.
Nasci e cresci em uma região descampada, andei descalço pelos matos,
nadei muito e vivia sobre o lombo dos cavalos.
Lancei tarrafas, armei redes, pesquei, e de vez em quando, para ira das
mães que sabiam, dávamos umas escapadas nos barcos.
Uma cidade de águas, cheia de córregos, nos permitia mariscar. Para nós,
essa atividade não significava apanhar mariscos, mas bater peneiras nos
córregos, afugentando os peixes para apanhá-los logo abaixo com sacos.
Nada disso existe mais e muitos que ali moram sequer se dão conta da
riqueza perdida.
Acaras, tilápias, lambaris, cascudos, pirambóias, bagres eram apanhados
aos montes em águas repletas de guarus.
Outra riqueza perdida são as aves como coleirinhas, sanhaços,
pintassilgos, canários, bigodinhos, caboclinhos, entre muitos que não
mais encontramos com facilidade.
Não vi a destruição das matas porque, crescido, tinha deixado a cidade
para trabalhar e estudar. Pouco voltava à cidade, mas o que via deixava
certa sensação de tristeza.
Para muitos um alívio a chegada do asfalto, pois significava a redução
sensível do pó e ônibus na porta, e aquela riqueza não lhes fazia falta,
pois não desfrutavam.
O bairro iniciado com a colonização espanhola envelheceu e há muitas
casas vazias, cujo estado não permite moradia sem uma boa reforma.
Filhos e netos deixaram o local e migraram em busca de locais mais
valorizados, que naquela época sequer eram cogitados.
Parece que a cidade diminuiu e aumentaram os problemas.
É o homem em busca de espaço para construção de um novo mundo.
Esse fato ocorre por todos os lados, sobrecarregando e exaurindo os
recursos do planeta.
Qual a solução?
Vamos para Marte, com a mesma mentalidade, até que Venus se torne o novo
porto e alienígenas nos expulsem ou façamos destes novas conquistas.
Por que não melhorar e recuperar o que já temos?
Sociedades quando envelhecem, todas enfrentam seus momentos de exaustão,
partem em busca de novos horizontes e uma nova vida.
Nesse ritmo teremos realmente que procurar um novo mundo para construir
um mundo novo!
Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em
controladoria pela USP. Autor do livro: Por que não? Técnicas para
estruturação de carreira na área de vendas e diretor da Postigo
Consultoria de Gestão Empresarial - Fones (11) 4526 1197 / ( 11 ) 9645
4652
www.postigoconsultoria.com.br - ipostigo@terra.com.br