Green It
Por Julianna Antunes
14/10/2009
Quando se fala em sustentabilidade inserida aos processos de negócio, as
áreas que vêm à mente são o RH (stakeholders internos), o marketing
(consumidor), supply chain (a área mais impactada) e finanças
(governança). Apesar de não estar na linha de frente da
sustentabilidade, a área de TI é fundamental na jornada não apenas pelo
fornecimento de softwares de gestão sustentável, mas também por
proporcionar ações de grande economia para a empresa que adotar (e
praticar) o conceito.
Por ser um assunto vastíssimo, citarei apenas a estrutura de TI das
empresas e em como ela pode ser sustentável, principalmente no que diz
respeito ao consumo de energia. Pois bem, pensemos nessa estrutura.
Diversos servidores robustos, que na maioria das vezes não são
utilizados em sua plenitude, ocupando largos espaços, demandando
constante refrigeração. Sustentável? Acho que não.
A primeira coisa que empresas adeptas do green IT falam é na
virtualização dos servidores. Para leigos, é a tecnologia que permite
que um único servidor rode, simultaneamente, mais de um sistema
operacional. Isso elimina a necessidade de diversos outros servidores,
proporcionando menor gasto de energia e refrigeração. Para se ter uma
idéia do que isso significa, a AMD, ao substituir 177 servidores por
sete equipamentos virtualizados, reduziu em 79% o consumo de energia.
É claro que a virtualização de servidores tem um custo considerável para
a empresa. Se isso for problema, é possível efetuar pequenas mudanças
que, ainda assim, impactarão positivamente a área de TI. Por exemplo: é
muito comum que os profissionais que lidam com servidores deixem as
temperaturas dos data centers muito baixas a fim de manter um maior
nível de segurança. A simples checagem nas especificações do hardware
permite que a temperatura fique no nível correto, proporcionando menor
consumo de energia.
Outro exemplo: a mudança na disposição dos móveis em que os data
cernters ficam instalados. A organização de forma que permita maior
circulação de ar entre os equipamentos evita o superaquecimento,
economizando energia. E uma atitude ainda mais simples (e que deve ser
utilizada tanto pelas empresas, quanto pelas pessoas em casa), diz
respeito a ativação correta do gerenciamento de energia do Windows. Para
se ter uma idéia do impacto em uma empresa, a GE espera economizar U$
2,3 milhões por ano apenas com essa ação.
Saindo do hardware e falando rapidamente sobre software, segundo estudo
do INCEF (International Conservation and Education Fund), organização
que estimula a preservação do meio ambiente, poderia ser economizado
cerca de 33 bilhões de kilowatts por hora se os 62 trilhões de spams
anuais que circulam pela internet fossem eliminados. A simples
utilização de filtros antispam pode reduzir o consumo de banda da
empresa em 16%, proporcionando, além da economia de tempo, a de energia.
Uma questão curiosa sobre green IT é que muitas vezes o benefício não é
percebido pela área, mas sim por outros processos de negócio. Não é
comum, por exemplo, que as metas para gestão de consumo de energia
estejam atreladas à TI. Assim como também não é comum que a compra de
equipamentos e máquinas ecoeficientes seja responsabilidade da área. De
qualquer forma, isso evidencia a necessidade de sinergia entre TI e os
processos responsáveis, para que o conceito de sustentabilidade seja
levado adiante com sucesso e metas alcançáveis.
Julianna Antunes é Jornalista, corredora de alto rendimento físico e
baixo rendimento financeiro, pós-graduada em responsabilidade social
empresarial e diretora da Agência de Sustentabilidade, consultoria
estratégica de elaboração e implementação de projetos de
sustentabilidade. E-mail para contato:
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