A Importância da ECO-92 para a Sustentabilidade Corporativa
Por Julianna Antunes
24/10/2009
Todos que lêem o blog com regularidade estão carecas de saber que o
pontapé para o desenvolvimento sustentável foi a Comissão formada pela
ONU na década de 80 que acabou por originar o Relatório de Brundtland.
Mas muito pouco se fala sobre um evento fundamental que ocorreu alguns
anos depois e sua importância para a sustentabilidade corporativa: a
ECO-92.
O evento, que na verdade se chamou Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, foi realizado de 03 a 14 de junho de
1992 na cidade do Rio de Janeiro, vinte anos após a primeira iniciativa
do tipo, a Conferência de Estocolmo, e reuniu mais de 170 delegações
nacionais.
Em um tom conciliatório, estabeleceu-se durante a ECO-92 a
responsabilidade dos países desenvolvidos pelas questões mundiais
atreladas ao meio ambiente. Esse argumento acabou servindo de base para
a elaboração do conteúdo do Protocolo de Kyoto e fazia todo o sentido
num mundo recém-saído da guerra fria.
Um dos pontos mais importantes da ECO-92 e que, infelizmente, não foi
posto em prática, é que no encontro reconheceu-se a necessidade do apoio
financeiro e tecnológico a países em desenvolvimento para que estes
avançassem em direção ao desenvolvimento sustentável. Com a explosão
industrial e de consumo desses países, vemos o quão diferente poderia
ter sido caso essa medida fosse cumprida.
Com a ECO-92 foram elaborados diversos documentos que até hoje são
referência em sustentabilidade, dentre eles a Carta da Terra e a Agenda
21. A Agenda 21, o principal documento, é um acordo para elaboração de
estratégias que propõe um novo padrão de desenvolvimento englobando o
tripé da sustentabilidade. Entrando no escopo da sustentabilidade
corporativa, esse programa ajudou a estabelecer a forma como as empresas
podem cooperar com a solução de problemas socioambientais.
Assinada por 179 países, a Agenda 21 tem foco no planejamento e na
qualidade do crescimento dos países, em detrimento da quantidade. As
ações da Agenda 21 são pensadas globalmente, mas adaptadas às
necessidades nacionais e locais. Assim, a agenda brasileira prioriza
programas de inclusão social, sustentabilidade rural e urbana,
preservação de recursos naturais e ética política.
Em 97 aconteceu também no Rio a Rio+5, que teve como propósito o balanço
dos cinco da Agenda 21, identificando as principais dificuldades de
implementação e priorizando um plano de ação para os anos seguintes. Em
2002 foi realizada em Johannesburg a Rio+10, cujo objetivo foi rever as
metas da Agenda 21. No entanto, a marca do evento foi o impasse, com a
formação de blocos que quiseram defender exclusivamente seus interesses,
sob a liderança de, adivinhem?, Estados Unidos, obviamente.
Julianna Antunes é Jornalista, corredora de alto rendimento físico e
baixo rendimento financeiro, pós-graduada em responsabilidade social
empresarial e diretora da Agência de Sustentabilidade, consultoria
estratégica de elaboração e implementação de projetos de
sustentabilidade. E-mail para contato:
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