Responsabilidade Social e Ecológica das Organizações em Tempos Caóticos
Por Julio Cesar S. Santos
03/08/2012
Empresas Com Responsabilidades Sociais e Ecológicas se Destacam Mais Que
Seus Concorrentes?
Nos últimos tempos temos observado grande interesse das pequenas, médias
e grandes organizações em demonstrar que elas se importam com os
problemas ambientais e sociais.
Relatório da Associação Brasileira de Celulose e Papel – por exemplo –
nos dá conta de inúmeras ações que várias empresas desse setor vêm
investindo pesado em projetos de sustentabilidade ambiental.
Observa-se que cerca de 20% dessas ações têm contrapartida da população;
ou seja, as corporações realizam as ações em parceria com a comunidade,
incentivando o retorno e o comprometimento da população.
Algumas organizações acreditam que suas contribuições oferecem motivos
para merecer a preferência dos consumidores e, diferentemente, outras se
imaginam campeãs de causas sociais que as integram ao seu mercado alvo –
como a Natura, a Embraer, a Promon e a Vale (ex-Rio Doce).
A maioria dos observadores diria que elas adotaram comportamentos éticos
na alma de suas organizações e, além disso, elas teriam autenticidade
porque conhecem suas identidades e são transparentes em suas atividades.
Para esses observadores, elas não querem ser confundidas com
trambiqueiros, manipuladores financeiros e, muito menos, com
empreendimentos que ludibriam seus clientes e as partes interessadas.
Porém, em períodos de colapsos financeiros, algumas empresas podem
reconsiderar esses compromissos e reduzir recursos destinados a esse
fim. Muitas organizações já conseguiram construir imagem de
comprometimento a essa causa e, certamente, ao abandonarem seus
compromissos podem alterar as atitudes de seus consumidores.
Especialistas afirmam que, se deixarem de apoiar entidades filantrópicas
na época em que elas mais necessitam, essa atitude das empresas poderia
provocar sentimentos negativos de seus clientes e consumidores.
Entretanto, se as corporações acreditarem que seu apoio está produzindo
bons resultados talvez fosse o caso de reduzirem seus financiamentos,
mas não eliminar totalmente sua ajuda à filantropia.
Em tempos de turbulência econômica existe certa tentação em rever
promessas e reprogramar pagamentos a fornecedores. Porém, essa
mentalidade de curto prazo – “escalpelar” fornecedores ou clientes para
alcançar vantagens temporárias – quase sempre acaba se voltando contra a
própria organização.
Em períodos de economia conturbada esse tipo de comportamento pode
manchar sua imagem, revelando nesses atos, sua total falta de
autenticidade – qualidade cada vez mais importante para os consumidores,
conforme Gilmore e Pine ( )
Para esses autores os consumidores atuais querem “experiências” –
eventos que os envolva pessoal e emocionalmente – e, num mundo cada vez
mais repleto de espetáculos sensacionais e transações impessoais, os
clientes compram através do grau de realidade que percebem nas ofertas.
Portanto, empresas defensoras das causas sociais e que investem em
projetos de sustentabilidade ambiental acabam se destacando das demais
em tempos de turbulência econômica. Pois, sob o olhar de seus
consumidores elas se empenham cada vez mais em ser reais, originais,
genuínas e autênticas.
Julio Cesar S. Santos é Professor, Consultor, Palestrante e Co-Autor do
Livro: "Trabalho e Vida Pessoal - 50 Contos Selecionados". Elaborou o
curso de “Gestão Empresarial” e atualmente ministra Palestras e
Treinamentos Sobre Marketing, Administração, Técnicas de Atendimento ao
Cliente, Secretariado e Recursos Humanos. Contatos: jcss_sc@yahoo.com.br
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