Sustentabilidade como Inovação no Modelo de Negócio das Empresas
Por Val Sátiro
25/01/2013
Na economia tradicional, clássica, como se sabe, o objetivo fundamental
de qualquer organização, das empresas, é obter o maior retorno possível
do capital investido. Para tanto, utilizam-se das ferramentas de gestão
de que dispõem para superar seus concorrentes, para beneficiarem da
melhor maneira possível seus stakeholders.
No entanto devido a diversas mudanças geopolíticas e socioeconômicas,
criou-se, além dos fatores econômicos e financeiros, os fenômenos
ambientais e sociais no cenário estratégico nos negócios das empresas,
não apenas pela decorrência do descaso com que a natureza e as pessoas
foram tratadas desde a Revolução Industrial, mas sobretudo pela
percepção de que a continuidade do desperdício dos recursos humanos e
naturais anunciam, desde então, a falência do modelo e um impasse para o
desenvolvimento das sociedades.
Um dos fundamentos da Nova Economia e da sustentabilidade apoia-se na
capacidade de inovação, onde as empresas são responsáveis pelo
desenvolvimento de um processo sistêmico de retorno de valor para a
sociedade, bem como por soluções sustentáveis para os impactos de suas
atividades na utilização e renovação de recursos naturais.
Porém as empresas enfrentam diferentes desafios em cada estágio do seu
modelo de negócio e para envolver a sustentabilidade, e devem
desenvolver novas competências para enfrentá-los.
O desafio é entender e atender as necessidades das pessoas e do planeta
de forma harmoniosa diante das mudanças globais.
O ponto crucial desse posicionamento é inovar com o objetivo de
encontrar soluções sustentáveis com base no tripé da sustentabilidade –
social, econômico, ambiental e também cultural envolvendo os públicos
internos e externos da organização.
Vale lembrar que organizações podem influenciar legisladores,
transformando aqueles que são resistentes em se aliar ao desenvolvimento
sustentável.
Uma forma é a utilização de protocolos e normas internacionais
orientadas para a sustentabilidade, que já é inclusive, uma realidade no
Brasil. Por exemplo, se uma empresa pretende entrar para a carteira ISE
Bovespa (Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bovespa), esta
precisa comprovar que possui ações estruturadas, organizadas e
sistematizadas que visem à redução das emissões de gases do efeito
estufa nas suas operações e atividades, incluindo seus parceiros e
fornecedores, ou seja, toda cadeia de valor, que devem estar em
conformidade com suas ações de sustentabilidade.
Outro ponto seria estabelecer metas para obtenção de eficiência ao
utilizar fontes não renováveis (gás, carvão, e petróleo) e renováveis
(água e madeira) de recursos naturais, envolvendo toda a sua cadeia de
valor, e também trabalhar conjuntamente com seus fornecedores e
parceiros para desenvolver produtos e serviços social e ambientalmente
amigáveis e reduzir os desperdícios de operação,
Val Sátiro – Diretora Executiva e Empreendedora do Portal SEU MUNDO
SUSTENTÁVEL - www.seumundosustentavel.com.br, Mestranda em Antropologia
– PUC/SP, MBA em Marketing – FGV, Extensão em Marketing de
Relacionamento – FGV, Empreendedorismo Sustentável pelo Gaia Education,
publicitária pela - UNIBAN e com diversos cursos de aprimoramento.
Membro da ABRAPS - Associação Brasileira dos Profissionais de
Sustentabilidade.