Sustentabilidade Corporativa e Gestão da Mudança
Por Julianna Antunes
01/07/2009
Quando pensamos em sustentabilidade corporativa, a etapa mais complexa e
difícil é a implementação, uma vez que esta acarreta profunda mudança no
comportamento dos profissionais e nos valores da organização. Afinal,
não é de um dia para o outro que se cria o hábito de jogar lixo em
lixeiras específicas, que se utiliza a escada para subir apenas um
andar, que se desliga o monitor quando se ausenta da estação de
trabalho, ou então que se imprime frente e verso do papel. Isso para
citar apenas alguns exemplos básicos da aplicação da sustentabilidade
nas empresas.
Para auxiliar na empreitada, o change management funciona como excelente
ferramenta de suporte. Bastante utilizado nas áreas de TI e de projetos,
sua função é minimizar o impacto das mudanças, diminuindo os riscos de
implementação e garantindo comprometimento e motivação dos envolvidos. A
forma como o processo é aplicado pode variar de empresa para empresa, no
entanto, há pontos em comum em todas as metodologias que não podem ser
deixados de lado, principalmente as ações de planejamento, condução da
mudança, capacitação e indicadores e métricas.
Na fase de planejamento, é possível avaliar em que estágio a empresa se
encontra no que diz respeito à sustentabilidade e onde ela pretende
chegar. Ferramentas como Indicadores Ethos e GRI são de grande valia
para a análise, apesar de não serem obrigatórias. Além disso, é
necessário identificar possíveis impactos causados, já que as ações
planejadas nesta etapa funcionarão como diretrizes para a implementação.
Durante a condução da mudança é realizado o mapeamento de stakeholders,
onde são classificados e monitorados os possíveis “patrocinadores” do
projeto. Nesta fase, o objetivo principal é assegurar o comprometimento
dos profissionais-chave e a criação de uma rede orientada para a
mudança, possibilitando o acesso às informações a todos os níveis da
empresa.
Uma etapa bastante difícil no processo de implementação é a da
capacitação, pois este é o momento em que os conceitos de
sustentabilidade corporativa são disseminados. Conflitos e resistência
podem surgir, e, dependendo da gravidade, até mesmo, afetar o desempenho
da empresa. Nesta fase o apoio dos tomadores de decisão é crucial para o
sucesso do projeto.
A sustentabilidade deve ser encarada como estratégia competitiva desde o
seu planejamento, e sua performance atrelada ao negócio da empresa. Para
isso, é fundamental a definição de indicadores de implementação, como
custo, tempo, impactos mitigados, entre outros. É preciso também, uma
vez implementada, a definição dos indicadores de operação, como redução
de consumo de bens naturais, valor de marca, negócios alavancados, além
das métricas a serem alcançadas.
Implementar a sustentabilidade corporativa de forma alguma é fácil. O
bom resultado depende não apenas de como a mudança é gerenciada, mas
também da maturidade da organização sobre o assunto, suas motivações e
do quanto o público interno é receptivo ao conceito. A mudança nos
valores é fundamental, mas é necessário que o discurso esteja alinhado
com o que é efetivamente praticado, já que, mais que a onda do
politicamente correto, optar por ser uma empresa sustentável é um
caminho sem volta.
Julianna Antunes é Jornalista, corredora de alto rendimento físico e
baixo rendimento financeiro, pós-graduada em responsabilidade social
empresarial e diretora da Agência de Sustentabilidade, consultoria
estratégica de elaboração e implementação de projetos de
sustentabilidade. E-mail para contato:
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www.agenciadesustentabilidade.com.br - Blog:
www.sustentabilidadecorporativa.com - Twitter: @sustentabilizar
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