Sustentabilidade gerando lucro, empregos, renda e vida
Por Julianna Antunes
20/02/2011
Ok, a informação não é nova, mas vale a pena escrever sobre o assunto.
Não sei dizer quem inventou, quando foi criado, quem é o pai da ideia no
Brasil e nem quem é a empresa pioneira em comercializar o produto. Mas
acho, também, que isso, no contexto do post, se torna irrelevante.
Lembram quando há uns cinco, seis anos, entregar um cartão de visitas de
papel reciclado ou mesmo fazer a folheteria da empresa com esse papel
impressionava o cliente ou a pessoa com a qual se estava fazendo
networking? Pois é, hoje isso é basicão do basicão e não só não
impressiona mais ninguém, como empresas que sequer sonham em ser
sustentáveis usam isso como artifício de ganhar reputação.
Hoje papel reciclado e mesmo o certificado já não impactam mais como
antes e é meio que uma obrigação das empresas, principalmente as
grandes. Já tinha ouvido falar, mas ontem, no TEDx pude conhecer um
pouco do trabalho da Papel Semente. É uma empresa daqui do Rio, mais
precisamente de São Gonçalo, que recicla papéis usados e mistura no
processo sementes para que após o descarte elas possam ser plantadas.
Não são todas, mas há diversas sementes que podem ser utilizadas na
confecção do papel e isso vai variar de acordo com a preferência do
cliente: cravo, camomila, manjericão, rúcula, salsa etc. O tempo de
germinação varia, mas em média as mudas surgem a partir de 20 dias de
plantação. Vale lembrar que como seres vivos, elas devem receber
cuidados como água e luz.
O papel semente, apesar de existir há mais tempo no mercado mundial, é
bem recentemente novo no Brasil, coisa de dois, três anos no máximo. E
tem um altíssimo valor agregado, ainda mais quando está ligado a
projetos como o Tear (http://www.projetotear.org.br), de Guarulhos, que
ministra oficinas de confecção do papel (dentre outras ações) a pessoas
em situação de sofrimento psiquiátrico, proporcionando-lhes renda e
convívio social.
Há ainda outros projetos e outras empresas que produzem e comercializam
o produto, como a Papel Semente no Rio (http://www.papelsemente.com.br)
e a Papel Solidário em São Paulo (http://www.papelsolidario.org.br). O
mais legal da história é que, não sei dizer em relação às outras
organizações, mas ao menos na Papel Semente, o preço dos cartões de
visita são mais baratos que fazer reciclado em qualquer gráfica. Ou
seja, mais bonito, mais valor agregado e mais barato.
Mas mesmo apesar de ainda não ser tão conhecido, o papel semente já está
sendo um prato cheio para as ações dos departamentos de marketing e/ou
comunicação e mais um motivo para ficarmos de olho. Afinal, não é porque
uma empresa envia a seus clientes ou qualquer outro stakeholder um papel
que vai gerar vida que ela se torna sustentável por isso.
E como é uma informação útil, pergunto: vocês conhecem outras
empresas/ONGs que comercializam o papel semente no Brasil?
Julianna Antunes é Jornalista, corredora de alto rendimento físico e
baixo rendimento financeiro, pós-graduada em responsabilidade social
empresarial e diretora da Agência de Sustentabilidade, consultoria
estratégica de elaboração e implementação de projetos de
sustentabilidade. E-mail para contato:
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www.agenciadesustentabilidade.com.br - Blog:
www.sustentabilidadecorporativa.com - Twitter: @sustentabilizar
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