Sustentabilidade nas Cidades - IBM Smart Cities
Por Julianna Antunes
10/01/2011
Vocês sabiam que, segundo a ONU, até 2050 as cidades devem concentrar
mais de 70% da população mundial? Vocês sabiam que a cada minuto, nos
próximos 20 anos, 30 indianos deixarão as áreas rurais da Índia em busca
de oportunidade nas zonas urbanas? É claro que no Brasil estamos
distante desta realidade, mas guardadas as devidas proporções, o que
será de uma megalópole como São Paulo, ou mesmo o Rio de Janeiro neste
meio tempo se os governantes deixarem as coisas da mesma forma que estão
hoje?
É com a premissa de que o século XXI é o século das cidades que a IBM
criou há algum tempo uma nova plataforma de negócio, o Smart Cities, que
no Brasil ganhou o nome de Cidades Mais Inteligentes. Mas o que
significa, exatamente, essa proposta da empresa? Seria algo futurista,
meio “De volta para o futuro” ou “Os Jetsons”? Na verdade não.
Tendo como mote a tecnologia, a IBM acredita que quando uma cidade
cresce, as demandas originadas por esse crescimento não são atendidas
apenas com substituição da infraestrutura existente, pois altíssimo
custo e longo tempo tornam a ação inviável. Assim, ela propõe utilizar
tecnologias de ponta em conjunto com a estrutura atual, capturando,
analisando e integrando dados de forma a responder com inteligência às
demandas dos cidadãos.
Há diversos projetos com a perspectiva de cidades mais inteligentes
espalhados pelo mundo. Eles envolvem questões de transporte, segurança,
saúde, risco, dentre outras áreas. Em Singapura, por exemplo, a IBM
implementou o IBM’s Traffic Prediction, um programa que analisa os
históricos do tráfego na região e, em conjunto com as informações em
tempo real, gera previsões que alcançam 85% de precisão, permitindo que
os controladores gerenciem melhor o fluxo e previnam congestionamentos.
Trazendo um pouco da plataforma de negócios para a nossa realidade, a
IBM e a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciaram no final de 2010 a
inauguração de um centro de gerenciamento de informações públicas da
cidade. Este centro terá como função consolidar informações de vários
sistemas do município, facilitando a visualização, o monitoramento e a
análise em tempo real.
O sistema desenvolvido pela IBM para funcionar no centro permite desde
prevenção de enchentes à saída de torcedores no Maracanã, de controle de
tráfego a acidentes de trânsito em horário de rush. E antes ainda do
centro ficar pronto, a plataforma de cidades inteligentes da IBM já se
fazia presente no dia-a-dia do carioca com o RioCard e o Bilhete Único.
Eu, particularmente, sou muito fã desse modelo de negócios da IBM. Só
não concordo com a premissa dela de não substituir a infraestrutura
atual. Rio de Janeiro e São Paulo estão à beira de um colapso em vários
sentidos e o que temos hoje é muito pouco. É ridículo pensar na extensão
do metrô carioca e no seu nível de saturação. O trânsito é ruim a
qualquer hora do dia e quem mora na zona oeste, principalmente, e
depende de transporte público sofre constantemente.
Sem contar com o agravante de que, enquanto governos municipais,
estaduais e federais pouco investiram em infraestrutura, tivemos um
presidente que deu todos os benefícios possíveis para a indústria
automobilística, estimulando a sociedade a comprar automóveis e
piorando, ainda mais, o que já era muito ruim.
Julianna Antunes é Jornalista, corredora de alto rendimento físico e
baixo rendimento financeiro, pós-graduada em responsabilidade social
empresarial e diretora da Agência de Sustentabilidade, consultoria
estratégica de elaboração e implementação de projetos de
sustentabilidade. E-mail para contato:
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