Sustentabilidade também se aprende nos bancos escolares
Por Julianna Antunes
14/07/2010
Sim, sustentabilidade se deve começar em casa. Acontece que por ser algo
muito recente, é comum vermos um movimento contrário à lógica, com os
mais jovens ensinando aos mais velhos. E onde os mais jovens aprendem
sobre sustentabilidade? Ok, a internet tem papel importante, mas as
escolas (e aí estendo até às universidades) são fundamentais nesse
processo.
A minha experiência com o tema, por exemplo, começou na universidade,
quando responsabilidade social ainda era uma baita novidade (não, eu não
sou velha e isso nem tem tanto tempo, mas é que o Brasil sempre esteve
atrás no conceito) e ainda tratavam isso como marketing social. E nem
era o marketing sustentável como deve ser hoje, mas apenas uma
ferramenta do marketing clássico. Ah, meu interesse começou quando vi um
vídeo institucional da Shell na Mostra PUC (viu como eu não sou velha?)
Pois bem, passado alguns anos desde essa minha experiência, o panorama
melhorou bastante. Já vejo muitas escolas ensinando crianças de três,
quatro anos sobre conceitos de consumo responsável e economia de
recursos naturais. Isso é fundamental porque boas atitudes são frutos de
bons hábitos. E é de pequeno que se começa.
Nos bancos universitários alguns cursos já colocaram a disciplina dentro
da grade curricular. E mesmo quando a disciplina não é oferecida,
diversos estudantes fazem seus trabalhos de conclusão de curso sobre
sustentabilidade ou responsabilidade social/ambiental. Sem contar a
profusão de cursos abertos, MBAs, mestrados e especializações voltados
para o assunto. A própria Fundação Dom Cabral e a FGV de São Paulo
possuem centros de estudos de sustentabilidade!
Pensando do ponto de vista do mercado de trabalho, por mais que (ainda)
não exista uma graduação específica sobre sustentabilidade, a visão das
universidades em oferecer algum tipo de formação teórica é vital para
que as empresas possam absorver profissionais qualificados numa área em
crescente demanda. E as empresas, atentas a essas necessidades, já vêm
firmando parcerias ou criando prêmios que incentivem a produção de
conhecimento no assunto.
Na semana passada, no dia 09 de junho, a Nestlé anunciou os vencedores
do segundo Prêmio FGV – Nestlé Inovação em Sustentabilidade. Foram
vencedores três estudantes dos cursos de graduação em administração e
economia que apresentaram um projeto com foco em embalagens. O prêmio?
Para mim a verdadeira inovação. Simples, mas de grande valor para a
carreira dos vencedores: um estágio (remunerado) de seis meses na
empresa.
Julianna Antunes é Jornalista, corredora de alto rendimento físico e
baixo rendimento financeiro, pós-graduada em responsabilidade social
empresarial e diretora da Agência de Sustentabilidade, consultoria
estratégica de elaboração e implementação de projetos de
sustentabilidade. E-mail para contato:
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www.agenciadesustentabilidade.com.br - Blog:
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