A Urgência por um mundo sustentável
Por Julianna Antunes
14/10/2009
Nunca a responsabilidade social e/ou ambiental esteve tão em voga como
hoje. Não apenas por parte das empresas, mas também por parte do cidadão
comum, que percebe a urgência com que o assunto deve ser tratado. O tema
vem sendo amplamente discutido por governo, empresas, terceiro setor e
sociedade em geral e a grande pergunta é: até onde conseguiremos chegar
se não mudarmos nossa forma de produzir, negociar e consumir?
Do início do século XX para cá, a população cresceu exponencialmente,
passando dos seis bilhões de pessoas. Se pensarmos apenas do ponto de
vista do negócio, a oportunidade para crescimento de consumo e inserção
em novos mercados é imensa. No entanto, segundo estudo do Banco Mundial
de 2008, há um contingente de cerca de 1,4 bilhões de pessoas
miseráveis, podendo chegar a mais de três bilhões em 2050
Pelo lado das empresas, mais do que apenas pensar em oportunidades de
negócios, elas hoje se preocupam com o impacto de possíveis colapsos em
suas operações. O discurso da sustentabilidade como vantagem competitiva
já não é mais suficiente. Fazer uso de processos ecoeficientes pode,
muitas vezes, significar a sobrevivência de uma organização em longo
prazo. Afinal, o que acontecerá, por exemplo, com a maioria das
indústrias caso a questão da água potável não seja tratada com a atenção
necessária?
China e Índia há um bom tempo apresentam crescimento econômico muito
acima da média mundial, aquecendo o comércio internacional como nunca
antes visto. A pergunta é: até quando teremos matéria-prima para suprir
todas as demandas? Qual é o real impacto desse consumo nas sociedades e
no meio ambiente? E quando as matérias-primas não renováveis estiverem à
beira do esgotamento, o que vai acontecer?
A verdade é que o planeta hoje já não comporta mais o estilo de vida que
o mundo ocidental adotou e impôs ao longo do último século. O sinal de
alerta foi dado, com catástrofes naturais e sociais cada vez mais
constantes. Como esquecer o rastro de destruição causado pelo Tsunami em
2004, o arraso provocado pelo furacão Katrina ou os protestos violentos
de Paris em 2005?
A preocupação pode parecer alarmista, mas para se ter uma idéia da
gravidade da situação, segundo estudo publicado pelo WBCSD (World
Business Council for Sustainable Development), se mantivermos até 2050
as taxas atuais de emissão de carbono, a temperatura média do planeta em
2100 aumentará seis graus. Provavelmente nenhum de nós estará vivo até
lá, mas será este o legado que queremos deixar para as gerações futuras?
Julianna Antunes é Jornalista, corredora de alto rendimento físico e
baixo rendimento financeiro, pós-graduada em responsabilidade social
empresarial e diretora da Agência de Sustentabilidade, consultoria
estratégica de elaboração e implementação de projetos de
sustentabilidade. E-mail para contato:
sustentabilidade@sustentabilidadecorporativa.com -
www.agenciadesustentabilidade.com.br - Blog:
www.sustentabilidadecorporativa.com - Twitter: @sustentabilizar
Artigo Licenciado sobre uma licença Creative Commons - Atribuição - Uso
Não-Comercial - Não a obras derivadas 3.0 Unported License